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I Semana Acadêmica Indígena discute políticas no ensino superior

Uft - http://www.noticias.uft.edu.br/
Autor: Samuel Lima
26 de Out de 2010

A primeira Semana Acadêmica Indígena da Universidade Federal do Tocantins começou na manhã desta terça-feira (26), no auditório do Bloco IV com boa participação dos estudantes indígenas. Após a composição da mesa de abertura, ocorreu palestra sobre "As Políticas Indígenas no Ensino Superior", com o professor titular da cátedra de Bioética da Unesco na Universidade de Brasília (UnB).

A mesa de abertura foi composta pelo reitor Alan Barbiero, pelas pró-reitoras de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Marluce Zacariotti; e de Assuntos Estudantis, Valéria Momenté; pela professora Juscéia Veiga, representando a pró-reitora de Graduação, Isabel Auler; pelo presidente da União Estadual dos Estudantes Indígenas do Tocantins, Manoel Xerente, pela coordenadora de Educação Escolar Indígena da Secretaria Estadual da Educação, Cleide Araújo Barbosa; por Eliane Fonseca, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e por Sônia Kaingang, concluinte do Curso de Comunicação Social/Jornalismo e uma das autoras do projeto da Semana Acadêmica Indígena na UFT.

O reitor Alan Barbiero destacou que a realização da Semana Acadêmica, a primeira do gênero (para integrantes da cota indígena) no país, é mais um passo de inovação dado pela UFT. "É uma semana acadêmica com estudantes de diferentes etnias do Tocantins e região. Estaremos discutindo a sua inserção no meio acadêmico e suas perspectivas para essas comunidades no Brasil", disse o reitor. Ele anunciou ainda que esta semana estará discutindo a possibilidade de criação de uma licenciatura intercultural visando formar professores para atuar nas aldeias.

A necessidade de uma licenciatura intercultural foi, inclusive, o mote da fala da coordenadora de Educação Escolar Indígena da Secretaria Estadual da Educação, Cleide Araújo Barbosa. "Será um avanço muito grande para a UFT. Em relação à semana acadêmica a Universidade também está de parabéns", disse. Segundo ela, há no Tocantins uma demanda de aproximadamente 100 professores indígenas aguardando a licenciatura. "Na licenciatura que existe na Universidade Federal de Goiás, os professores tocantinenses ocupam a maioria das vagas disponibilizadas", revelou.

Palestra - O professor Saulo Feitosa, disse que a Universidade Federal do Tocantins está de parabéns pela iniciativa da realização da Semana Acadêmica Indígena. Ao falar sobre o tema da palestra, Feitosa destacou que nos últimos anos tem assistido um processo crescente de ocupação da academia pelos povos indígenas e outros grupos étnicos. "É um processo recente e, por isso, há dificuldades a serem superadas", pontuou.

Ele cita a não percepção do espaço da academia como espaço plural no Brasil como o principal gargalo. "Podemos citar também a dificuldade do acesso, não apenas na forma de ingresso, mas também na questão da permanência", frisou. Segundo ele, o espaço da academia ainda é hostil em relação à inserção das etnias em seu meio. "A academia foi pensada como instância burguesa, de espaço de saber burguês, de conhecimento ocidentalizado, mas que agora está passando por um processo de transformação", disse. Ainda conforme Feitosa, eventos como a Semana Acadêmica Indígena são importantes para o processo de construção e transformação da realidade.

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