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Humaitá espera receber agentes da Funai libertados na tarde de hoje

BNC news https://bncamazonas.com.br/
Autor: Aguinaldo Rodrigues
16 de Out de 2018

A população e familiares dos três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) aprisionados por índios tenharins no último dia 8 vivem a expectativa de recebê-los na sede de Humaitá no início da tarde de hoje, dia 16.

De acordo com informações dos familiares de Vandilon Pereira de Carvalho, um dos sequestrados, ele e os outros funcionários, que seriam Áureo e Rubemar, seriam liberados da aldeia dos tenharins por volta de 8h e partiriam de lancha para a sede do município.

O cacique da reserva tenharim antes estaria exigindo a presença do presidente da Funai na aldeia para a libertação dos reféns, o que só iria acontecer no dia 22.

Os agentes estavam até então incomunicáveis e só podiam falar ao telefone com familiares, e assim mesmo escoltados por índios.

Além disso, na aldeia os reféns estariam sendo obrigados a pescar para que se alimentassem. Há denúncias também de que estavam sendo obrigados a trabalhar.

Vídeo aumentou preocupação
Depois que um vídeo circulou em Humaitá com um dos agentes, Valdilon, dizendo que estava tudo bem, seus familiares ficaram mais preocupados. Segundo eles, o agente mostra um certo constrangimento em fazer a declaração, orientado a todo instante por um homem que se identifica como policial militar.

Valdilon apresenta um machucado no rosto, que tenta esconder no vídeo, disseram seus familiares. "O tempo todo ele tá olhando para o lado, com o rosto inchado, parece que o pessoal [índios] está ali", disse um parente do agente.

Um policial militar que esteve com os reféns teria informado às famílias que eles estavam sendo maltratados e humilhados na aldeia, tendo que pescar e fazer farinha para os índios.
População cobra explicações da Funai
A falta de informação confiável levou a população de Humaitá a se mobilizar para cobrar explicações da Funai. No último domingo, moradores fizeram barricada em frente à sede do órgão para protestar pela falta de empenho na libertação dos agentes.

Um suposto funcionário da Funai em Humaitá, de nome Domingos, que exerceria função de gerente na agência do município, não estaria se empenhando pela libertação dos sequestrados, acusavam familiares. Ele também teria ficado preso na aldeia, mas foi solto no dia seguinte.

"Agora, ele nos trata com grosseria quando procuramos informações, e não mostra interesse em livrar nosso familiar das mãos dos índios", disse o parente de um dos agentes.

No site oficial do órgão não há qualquer menção ao conflito estabelecido entre os moradores de Humaitá e os indígenas.

Por tudo isso, familiares e amigos dos funcionários estavam temerosos por suas vidas. Eles foram aprisionados quando cumpriam suas atividades na reserva tenharim para evitar confusão com os vizinhos pirrarãs.

Temor de repetição de tragédia
Durante os protestos de domingo, moradores diziam que poderia se repetir a tragédia de 2013, quando a sede da Funai foi incendiada enquanto uma resposta não era dada para o desaparecimento de três moradores da cidade dentro da reserva tenharim.

Seus corpos foram achados em fevereiro de 2014 dentro do carro em que viajavam pela BR-230, a Transamazônica, no trecho que corta a reserva.

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