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Hotel no Rio Negro inalgura laboratório de pesquisa

Gazeta Mercantil- Manaus- AM
24 de Out de 2001

Primeiro empreendimento da região a apostar no turismo científico, o hotel Rio Negro Lodge inaugurou no final de semana o laboratório que dará suporte à iniciativa. Executado por meio de um acordo de cooperação técnica com a Fundação Universidade do Amazonas (FUA), o projeto prevê a realização de pesquisas sobre a fauna e flora que compõem a região onde o hotel foi construído, nas margens do Rio Negro, a 80 quilômetros do município de Barcelos (distante 386 quilômetros de Manaus).
A modalidade foi introduzida no empreendimento como forma de dar sustentação ao segmento da pesca esportiva, principal atrativo do hotel. O turismo científico é a aposta do proprietário Philip Marsteller, para manter a ocupação do Rio Negro Lodge durante os meses em que a pesca fica suspensa e também servirá como ponto de apoio aos guias para a informação dos praticantes. O laboratório é parte de um complexo construído ao redor do hotel, formado por posto médico e odontológico, posto policial e escola. A infra-estrutura é voltada para o atendimento dos 170 funcionários e cerca de 800 pessoas que formam as oito comunidades da região.
O laboratório vai ancorar cinco projetos elaborados por pesquisadores da FUA. Três deles começarão a ser desenvolvidos imediatamente, disse o diretor do Centro de Ciências do Ambiente (CCA), Alexandre Ribas. O projeto de Avaliação dos Efeitos da Pesca Sobre os Estoques de Tucunaré vai quantificar a redução nos cardumes de peixe, maior atrativo dos adeptos da pesca esportiva na região. ´Os estoques de tucunaré têm sido dizimados pela pesca comercial, que captura o animal de forma indiscriminada com o uso de malhadeiras´, lamentou Marsteller. Lamentando a falta de fiscalização na região, o empresário defende a proibição da pesca comercial na região sob a ameaça da atividade esportiva ser paralisada pela falta do peixe.
Os outros dois estudos em vias de desenvolvimento são o Projeto de Formação de Trilhas para o Turismo Ecológico, voltado diretamente para a concretização da modalidade, e o Projeto de Caracterização Ambiental e Econômica da Pesca Desportiva, onde serão estudados os vetores determinados pela prática nessas duas áreas para a região. Os três serão executados por uma equipe formada por 10 pessoas, entre pesquisadores e alunos da UA. Os demais projetos já elaborados voltam-se para a área da agricultura e serão desenvolvidos em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). As necessidades da cozinha do hotel são mantidas por uma horta cultivada na área.
O custo global do programa foi estimado em R$ 230 mil. Desse total, R$ 120 serão assumidos pelo Rio Negro Lodge. Pelo acordo de cooperação fechado entre o empreendimento e a universidade, coube ao hotel fornecer apoio financeiro, logístico e físico para a realização das pesquisas. À instituição ficou determinada a transferência dos conhecimentos e experiências resultantes dos estudos. Ribas acredita que o fortalecimento das relações entre ambas as partes deverá resultar em estudos envolvendo outras áreas além do meio ambiente, tais como saúde e educação, áreas que o braço social da empresa já abrangem.
A participação da UA na iniciativa tem um significado singular, por ser este o primeiro projeto na área do meio ambiente desenvolvido pela instituição financiado pela iniciativa privada, ressaltou Ribas durante a inauguração do laboratório. ´É fundamental para a universidade estar em uma área que é pólo eleito de ecoturismo´, ressaltou o diretor do CCA durante a solenidade de inauguração.
O retorno para a instituição se dá também com a criação de campos de trabalhos para pesquisadores. ´O projeto vai contribuir na formação dos alunos, que são potenciais candidatos a darem prosseguimento aos estudos iniciais´, enfatizou.
As pesquisas se constituirão em variáveis de estudo sobre a atuação da empresa e os benefícios que a população obtém do empreendimento, disse. ´Os resultados servirão para a empresa reorientar seus negócios e para o município saber de que forma tem de investir para explorar o setor de forma mais produtiva´, destacou.
Com mestrado em negócios internacionais, Marsteller diz que não pensou na viabilidade econômica e no retorno do investimento. ´O turismo científico vai mostrar como são feitas as pesquisas e servirá para ampliar a experiência dos pescadores que se hospedarem no hotel´, destacou. Reconhecendo que a área ´pode e vai dar dinheiro´, enfatiza que a aplicação foi estimulada pela possibilidade de geração de emprego. ´A modalidade também vai dar sustentação para o período em que a pesca esportiva não é atrativo´, ressaltou.
Rosane Amadori de Manaus
Projeto inclui serviço médico Entre os presentes na inauguração do laboratório no Rio Negro Lodge, estava o chefe do Departamento de Ensino e Pós-graduação da Fundação de Medicina Tropical (FMT), Antônio Tavares. Da visita de Tavares pode resultar um acordo semelhante ao fechado com a UA, desta vez na área da saúde. O hotel tem posto médico e odontológico montado e disponibiliza atendimento gratuito à funcionários e população ribeirinha.
É mantido por meio de trabalho voluntário, como o do casal de médicos americanos Clyde e Ann Gilson. Há dois anos o casal atende no consultório de setembro a abril, período aberto à pesca e quando a ocupação do hotel é completa. Com uma média de 10 pessoas por dia, o casal de aposentados troca o atendimento pela estadia no hotel. A dupla já deu nome para duas crianças cujo parto foi realizado no consultório.
Mas o projeto de Philip Marsteller é ampliar o atendimento e realizá-lo a domicílio. ´Temos interesse em formar parcerias com iniciativas como esta´, disse Tavares, lembrando que os residentes precisam passar um mês por ano atendendo em comunidades do interior. O acordo que começou a ser costurado com a visita de Tavares ao hotel deverá obedecer aos mesmos princípios do fechado com a UA, onde a instituição entra com o pessoal e o hotel oferece a infra-estrutura. A FMT já coordena dois projetos com características semelhantes no interior do Estado: em Novo Airão e Codajás (a 115 e 240 quilômetros de Manaus, respectivamente).
O terceiro está sendo costurado com a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) e deverá instalar atendimento médico em Maués (a 267 quilômetros de Manaus), onde a empresa mantém uma fazenda para a pesquisa do guaraná. A atuação da fundação em parcerias como essa também facilitam a constituição de uma base de dados confiáveis sobre a incidência das doenças nas comunidades do interior, ressaltou Tavares. (R.A.)
Suframa acena com apoio O caráter social do empreendimento impressionou o titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Ozias Monteiro Rodrigues. Presente na inauguração do laboratório, o superintendente acenou com a possibilidade da autarquia apoiar financeiramente a iniciativa.
O auxílio viria, segundo Rodrigues, por meio do Programa de Interiorização do Desenvolvimento, que destina parte dos recursos ao estímulo da pesquisa. ´Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) evidenciaram as potencialidades do ecoturismo em todos os municípios do Estado´, disse, durante seu pronunciamento.
A Suframa, ressaltou, tem procurado investir no setor, identificando os projetos onde possa atuar. ´Nós temos interesse em participar de programas como este, fechado com a universidade, por meio de investimentos. Nosso objetivo é ter uma ação mais acentuada para a pesquisa ligada ao turismo´, reforçou. Como exemplos de projetos do setor desenvolvidos com recursos da autarquia, citou convênios fechados com os municípios de Presidente Figueiredo e Manacapuru.
As corredeiras do rio Urubuí, que passam pela sede do município em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), ganharam infra-estrutura de parque em 1998, quando a Suframa fechou convênio com a prefeitura municipal. Único parque público e de acesso livre no município, o Urubuí recebe cerca de três mil visitantes a cada final de semana, segundo o prefeito Romeiro Mendonça (PPS).
Ponto turístico mais importante entre as mais de 60 cachoeiras catalogadas no município, o parque é um complexo formado por área para banho, lazer, restaurantes e lanchonetes e alimenta o serviço de hospedagem.
Um dos principais pontos atrativos de Manacapuru (a 84 quilômetros da capital), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha também teve sua estrutura turística incrementada por intermédio da autarquia. Ganhou um hotel, inaugurado durante o Festival de Cirandas, que aconteceu em agosto. O empreendimento é mais um suporte para o evento, o principal de Manacapuru e que atrai cerca de 50 mil visitantes ao município.

Gazeta Mercantil- AM

Primeiro empreendimento da região a apostar no turismo científico, o hotel Rio Negro Lodge inaugurou no final de semana o laboratório que dará suporte à iniciativa. Executado por meio de um acordo de cooperação técnica com a Fundação Universidade do Amazonas (FUA), o projeto prevê a realização de pesquisas sobre a fauna e flora que compõem a região onde o hotel foi construído, nas margens do Rio Negro, a 80 quilômetros do município de Barcelos (distante 386 quilômetros de Manaus).
A modalidade foi introduzida no empreendimento como forma de dar sustentação ao segmento da pesca esportiva, principal atrativo do hotel. O turismo científico é a aposta do proprietário Philip Marsteller, para manter a ocupação do Rio Negro Lodge durante os meses em que a pesca fica suspensa e também servirá como ponto de apoio aos guias para a informação dos praticantes. O laboratório é parte de um complexo construído ao redor do hotel, formado por posto médico e odontológico, posto policial e escola. A infra-estrutura é voltada para o atendimento dos 170 funcionários e cerca de 800 pessoas que formam as oito comunidades da região.
O laboratório vai ancorar cinco projetos elaborados por pesquisadores da FUA. Três deles começarão a ser desenvolvidos imediatamente, disse o diretor do Centro de Ciências do Ambiente (CCA), Alexandre Ribas. O projeto de Avaliação dos Efeitos da Pesca Sobre os Estoques de Tucunaré vai quantificar a redução nos cardumes de peixe, maior atrativo dos adeptos da pesca esportiva na região. ´Os estoques de tucunaré têm sido dizimados pela pesca comercial, que captura o animal de forma indiscriminada com o uso de malhadeiras´, lamentou Marsteller. Lamentando a falta de fiscalização na região, o empresário defende a proibição da pesca comercial na região sob a ameaça da atividade esportiva ser paralisada pela falta do peixe.
Os outros dois estudos em vias de desenvolvimento são o Projeto de Formação de Trilhas para o Turismo Ecológico, voltado diretamente para a concretização da modalidade, e o Projeto de Caracterização Ambiental e Econômica da Pesca Desportiva, onde serão estudados os vetores determinados pela prática nessas duas áreas para a região. Os três serão executados por uma equipe formada por 10 pessoas, entre pesquisadores e alunos da UA. Os demais projetos já elaborados voltam-se para a área da agricultura e serão desenvolvidos em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). As necessidades da cozinha do hotel são mantidas por uma horta cultivada na área.
O custo global do programa foi estimado em R$ 230 mil. Desse total, R$ 120 serão assumidos pelo Rio Negro Lodge. Pelo acordo de cooperação fechado entre o empreendimento e a universidade, coube ao hotel fornecer apoio financeiro, logístico e físico para a realização das pesquisas. À instituição ficou determinada a transferência dos conhecimentos e experiências resultantes dos estudos. Ribas acredita que o fortalecimento das relações entre ambas as partes deverá resultar em estudos envolvendo outras áreas além do meio ambiente, tais como saúde e educação, áreas que o braço social da empresa já abrangem.
A participação da UA na iniciativa tem um significado singular, por ser este o primeiro projeto na área do meio ambiente desenvolvido pela instituição financiado pela iniciativa privada, ressaltou Ribas durante a inauguração do laboratório. ´É fundamental para a universidade estar em uma área que é pólo eleito de ecoturismo´, ressaltou o diretor do CCA durante a solenidade de inauguração.
O retorno para a instituição se dá também com a criação de campos de trabalhos para pesquisadores. ´O projeto vai contribuir na formação dos alunos, que são potenciais candidatos a darem prosseguimento aos estudos iniciais´, enfatizou.
As pesquisas se constituirão em variáveis de estudo sobre a atuação da empresa e os benefícios que a população obtém do empreendimento, disse. ´Os resultados servirão para a empresa reorientar seus negócios e para o município saber de que forma tem de investir para explorar o setor de forma mais produtiva´, destacou.
Com mestrado em negócios internacionais, Marsteller diz que não pensou na viabilidade econômica e no retorno do investimento. ´O turismo científico vai mostrar como são feitas as pesquisas e servirá para ampliar a experiência dos pescadores que se hospedarem no hotel´, destacou. Reconhecendo que a área ´pode e vai dar dinheiro´, enfatiza que a aplicação foi estimulada pela possibilidade de geração de emprego. ´A modalidade também vai dar sustentação para o período em que a pesca esportiva não é atrativo´, ressaltou.
Rosane Amadori de Manaus
Projeto inclui serviço médico Entre os presentes na inauguração do laboratório no Rio Negro Lodge, estava o chefe do Departamento de Ensino e Pós-graduação da Fundação de Medicina Tropical (FMT), Antônio Tavares. Da visita de Tavares pode resultar um acordo semelhante ao fechado com a UA, desta vez na área da saúde. O hotel tem posto médico e odontológico montado e disponibiliza atendimento gratuito à funcionários e população ribeirinha.
É mantido por meio de trabalho voluntário, como o do casal de médicos americanos Clyde e Ann Gilson. Há dois anos o casal atende no consultório de setembro a abril, período aberto à pesca e quando a ocupação do hotel é completa. Com uma média de 10 pessoas por dia, o casal de aposentados troca o atendimento pela estadia no hotel. A dupla já deu nome para duas crianças cujo parto foi realizado no consultório.
Mas o projeto de Philip Marsteller é ampliar o atendimento e realizá-lo a domicílio. ´Temos interesse em formar parcerias com iniciativas como esta´, disse Tavares, lembrando que os residentes precisam passar um mês por ano atendendo em comunidades do interior. O acordo que começou a ser costurado com a visita de Tavares ao hotel deverá obedecer aos mesmos princípios do fechado com a UA, onde a instituição entra com o pessoal e o hotel oferece a infra-estrutura. A FMT já coordena dois projetos com características semelhantes no interior do Estado: em Novo Airão e Codajás (a 115 e 240 quilômetros de Manaus, respectivamente).
O terceiro está sendo costurado com a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) e deverá instalar atendimento médico em Maués (a 267 quilômetros de Manaus), onde a empresa mantém uma fazenda para a pesquisa do guaraná. A atuação da fundação em parcerias como essa também facilitam a constituição de uma base de dados confiáveis sobre a incidência das doenças nas comunidades do interior, ressaltou Tavares. (R.A.)
Suframa acena com apoio O caráter social do empreendimento impressionou o titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Ozias Monteiro Rodrigues. Presente na inauguração do laboratório, o superintendente acenou com a possibilidade da autarquia apoiar financeiramente a iniciativa.
O auxílio viria, segundo Rodrigues, por meio do Programa de Interiorização do Desenvolvimento, que destina parte dos recursos ao estímulo da pesquisa. ´Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) evidenciaram as potencialidades do ecoturismo em todos os municípios do Estado´, disse, durante seu pronunciamento.
A Suframa, ressaltou, tem procurado investir no setor, identificando os projetos onde possa atuar. ´Nós temos interesse em participar de programas como este, fechado com a universidade, por meio de investimentos. Nosso objetivo é ter uma ação mais acentuada para a pesquisa ligada ao turismo´, reforçou. Como exemplos de projetos do setor desenvolvidos com recursos da autarquia, citou convênios fechados com os municípios de Presidente Figueiredo e Manacapuru.
As corredeiras do rio Urubuí, que passam pela sede do município em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), ganharam infra-estrutura de parque em 1998, quando a Suframa fechou convênio com a prefeitura municipal. Único parque público e de acesso livre no município, o Urubuí recebe cerca de três mil visitantes a cada final de semana, segundo o prefeito Romeiro Mendonça (PPS).
Ponto turístico mais importante entre as mais de 60 cachoeiras catalogadas no município, o parque é um complexo formado por área para banho, lazer, restaurantes e lanchonetes e alimenta o serviço de hospedagem.
Um dos principais pontos atrativos de Manacapuru (a 84 quilômetros da capital), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha também teve sua estrutura turística incrementada por intermédio da autarquia. Ganhou um hotel, inaugurado durante o Festival de Cirandas, que aconteceu em agosto. O empreendimento é mais um suporte para o evento, o principal de Manacapuru e que atrai cerca de 50 mil visitantes ao município.

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