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Hospital usa ervas medicinais para tratamento de indígenas

O Tempo - otempo.com.br
Autor: Ana Elizabeth Diniz
10 de Ago de 2021

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Projeto Semear com Amor foi implantado no meio da floresta amazônica

Mais de 5.000 indígenas de mais de 30 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia, onde 90% do acesso é feito por meio fluvial, contam com um atendimento médico diferenciado e humanizado proporcionado pelo Hospital Bom Pastor, localizado em plena floresta amazônica.

Há cerca de dois anos foi criado o projeto Semear com Amor, que introduziu no hospital uma horta medicinal com cerca de 35 plantas de 12 espécies diferentes para ajudar no combate a diversas doenças e sintomas. E não parou por aí. Para criar um ambiente acolhedor e mais próximo da realidade dos pacientes indígenas, foi construída uma oca e distribuídas redes nos ambulatórios.

"Por viver em aldeias distantes da cidade, quando chega ao hospital para tratamento, o indígena se sente em um ambiente totalmente estranho. Por isso, decidimos fazer o possível para tornar sua estadia na unidade menos traumática. E a solução que encontramos foi deixar o ambiente hospitalar bem parecido com o que eles estão acostumados. Para isso, disponibilizamos redes, plantas medicinais, intérprete e ocas. Nossa iniciativa é pioneira na região", diz Geraldo Fonseca, diretor do hospital.

Ele ressalta que "a horta traz elementos típicos da cultura indígena de forma muito semelhante às cultivadas nas aldeias". "Ao longo do tempo, ampliamos a variedade de ervas e hortaliças. Buscamos continuamente formas de incorporar o entendimento e o respeito à cultura indígena na assistência humanizada, fortalecendo o vínculo com nossa comunidade", diz.

O dirigente comenta que os indígenas têm se mostrado muito satisfeitos com essa abordagem. "Eles podem continuar utilizando aqui as ervas que fazem parte do seu cotidiano. Se deixar, eles vão até a horta e consomem direto do pé", relata.

A unidade pertence à entidade filantrópica Pró-Saúde e oferece consultas, exames, cirurgias, partos e internações. "Foi muito importante adaptar o espaço do hospital à cultura indígena, com redes nas enfermarias, ambiente com oca, entre outras características que preservam suas tradições e humanizam o atendimento" enfatiza Jucyleia Carvalho, assistente social do hospital.

Os profissionais da saúde do hospital estão sempre se atualizando e estudando artigos científicos que exploram o poder medicinal das plantas da Amazônia. "A horta medicinal também tem entre seus objetivos a sustentabilidade, com o reaproveitamento de materiais como pneus para fazer os canteiros, e a promoção do cuidado ao meio ambiente, além de reduzir custos do hospital. Ainda temos muito para crescer, pois o projeto é recente", ressalta Leiliany.

A jornalista Ana Elizabeth Diniz escreve neste espaço às terças-feiras. E-mail: anabethdiniz@gmail.com

Indicações para tratar algumas patologias

As plantas medicinais se somam às hortaliças, como couve, cebolinha, rúcula e alho, que são consumidas diariamente, compondo as dietas dos pacientes e colaboradores, proporcionando uma alimentação com produtos orgânicos, que são mais saudáveis e livres de agrotóxicos e adubos químicos.

Além de sinalizar com um profundo respeito às tradições locais, as estratégias adotadas pelo Hospital Bom Pastor tornam o processo de cura e restabelecimento dos indígenas menos traumático. "A equipe de farmácia hospitalar faz a colheita das ervas medicinais e as transforma em chás com diferentes finalidades: calmante, alívio de dores, gripes, problemas no fígado e no intestino, entre outras", explica Leiliany Ortiz Farias, nutricionista do hospital.
A indicação das plantas fica a cargo de médicos, farmacêuticos e nutricionistas após a avaliação da patologia do paciente, de suas necessidades e do quadro geral apresentado.

"As plantas utilizadas são alternativas para determinadas patologias, e seu princípio ativo é retirado por meio de infusão e decocção", explica Leiliany. (AED)

Uso das ervas é benéfico

Referência em saúde indígena, o Hospital Bom Pastor utiliza plantas como erva-doce, hortelã e arruda, mas somente o boldo e o capim-santo são endêmicos da Amazônia. "O boldo contém uma substância ativa chamada boldina, que melhora o funcionamento do fígado, devido às suas propriedades digestivas e hepáticas. Auxilia no tratamento de problemas na vesícula biliar e diminuição de gases, entre outros benefícios", explica Leiliany Ortiz Farias, nutricionista do hospital.

Já o capim-santo alivia as dores nas articulações, os espasmos musculares, artrite e câimbra. "Ele também é eficaz em problemas gastrointestinais, possui propriedades calmantes, antibacterianas, diuréticas, desinfetantes e antidepressivas. Por conter óleo essencial de citronela, funciona como repelente natural para insetos", diz Leiliany. (AED)

Lançamento de livros

"Nossas Vidas", Patrícia Prevedelli, ditado pelo espírito de Antônio Gonçalves. Editora Letra Espírita, 224 páginas, R$ 39,90.

Por meio do desdobramento em sonhos, Ana encontrou as respostas que tanto buscava, trazendo de suas encarnações passadas o entendimento de sua vida atual. O livro traz uma história de amor e reconciliação.

"O Amor Vende o Suicídio", Luis Carlos dos Santos, ditado pelo espírito de Flamaryon de Versalhes, 152 páginas, R$ 35,90.

O livro leva o leitor a uma reflexão profunda a respeito do suicídio, demonstrando as causas e os efeitos para um espírito que subtrai a própria vida em uma sequência de fatos imprevisíveis que são superáveis com a reforma íntima.

"Admirar-se com os Pequenos Milagres de Cada Dia", Anselmo Grun, editora Vozes, 200 páginas, R$ 43.

O autor revela como a arte de viver espiritualmente abre as atividades e coisas do cotidiano e as experiências de cada vida para o maravilhoso, para Deus, o fundamento de todo o ser, e para o seu amor.

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