VOLTAR

Hospitais usam até garrafa PET na descarga

OESP, Metrópole, p. A12
18 de Nov de 2014

Hospitais usam até garrafa PET na descarga
Centros médicos em São Paulo apostam em criatividade e em obras para conseguir reduzir o consumo de água em meio à crise

Paula Felix - O Estado de S. Paulo

Obras na parte hidráulica, reutilização de água e técnicas simples de economia, como o uso de garrafas PET para diminuir a utilização da descarga em bacias sanitárias, estão entre as técnicas adotadas pelos hospitais para reduzir o consumo e conviver com a crise hídrica. Algumas iniciativas já faziam parte das medidas de sustentabilidade das unidades, mas começaram a ser intensificadas neste ano.
Desde janeiro, o Hospital Samaritano está em obras. A modernização de 150 leitos incluiu a reforma da parte hidráulica, com a instalação de torneiras e chuveiros mais econômicos. Outra aposta foi a colocação, em abril, de garrafas PET preenchidas com pedras dentro da caixa acoplada de aproximadamente 300 bacias sanitárias - em áreas comuns e nos vestiários do hospital.
"A caixa tem um sistema de descarte de água de três ou seis litros. A garrafa com pedras ocupa o espaço da água e o gasto cai em um litro e meio", explica Gizele Ivanoff, gerente de engenharia do hospital. "Com essas mudanças, tivemos uma queda de 57% no consumo de água no mês de outubro, em relação ao ano passado."
A lavanderia do Hospital São Camilo já mantinha um sistema de tratamento e reutilização da água usada nas lavagens. Desde agosto deste ano, a economia de água passou de 40% para 60%. "Nós aumentamos o período (de funcionamento) da estação de tratamento, que era até as 16 horas, para até as 19 horas", diz a gerente da lavanderia, Maria Aparecida Mastroantonio. Por mês, são lavadas 180 toneladas de roupas e a gerente calcula economia de 2.100 m³.
Conscientização. Desde abril, o Hospital Alvorada começou a trabalhar com uma campanha de conscientização de forma mais intensa. "O hospital também investe no monitoramento e na manutenção de toda a parte hidráulica para evitar vazamentos. Desde a instalação das torneiras com redutor de vazão, em 2012, conseguimos reduzir em 30% o consumo de água. Com as campanhas de conscientização, a economia chegou a mais 8%", explica Luiz Cervone, diretor médico da unidade.
O uso racional já era uma medida adotada pelo Hospital do Coração (HCor) há, ao menos, três anos, segundo o gerente de engenharia hospitalar Gleiner Ambrósio. "Em 2014, há uma preocupação em relação ao planejamento das obras de reforma, manutenção com visão voltada para economia de água e equipamentos com o mínimo de consumo", afirma.
No Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, as ações também foram intensificadas. "Reforçamos o processo de reúso nos setores de hemodiálise e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, instalado em 2008. Depois de um processo de tratamento feito dentro do hospital, parte dessa água vai para as torneiras dos jardins e de lavagem das fachadas e calçadas", diz Alexandre Abdo Agamme, gerente de instalações hospitalares da unidade.
Ações oficiais. Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que mantém ações de incentivo ao uso consciente da água, como o prêmio "Hospital Amigo do Meio Ambiente", realizado desde 2008. Também por nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que realiza um trabalho de conscientização para evitar o desperdício.

Máquina feita por estudantes economiza 200litros por lavagem

Um filtro montado com areia, carvão e cascalho. Mangueira, balde e uma bomba d'água. Com esses materiais, alunos do 2o ano do ensino médio do Colégio 12 de Outubro criaram um dispositivo para reutilizar a água de uma máquina de lavar de 8 quilos e economizar cerca de 200 litros por lavagem. O grupo participou da Feira Virtual de Ciências da rede social Educacional e vai apresentar o projeto no próximo ano na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, na USP.
"Vi que era possível utilizar a água da máquina para lavar o quintal e pensei no que fazer para usar a água na própria máquina", explica o estudante Rafael de José, de 16 anos. Com cerca de R$ 150, ele e os amigos compraram o material necessário e montaram o protótipo. Coordenadora pedagógica do Educacional, Patrícia Sprada Barbosa diz que a iniciativa desenvolve outros valores nos estudantes. "Como a valorização da opinião do outro", explica. / P.F.

OESP, 18/11/2014, Metrópole, p. A12

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,hospitais-usam-ate-garra…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.