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Homologada a Terra Indígena Munduruku

Site da Funai
27 de Fev de 2004

Os índios Munduruku, de Jacareakanga (PA), têm garantidos a posse permanente 2.381. 795,7765 hectares. Essa é a superfície da Terra Indígena Munduruku, homologada por Decreto do Presidente da República, publicado no Diário Oficial da União de ontem, 26. A homologação encerra uma batalha dos Munduruku, que se arrasta desde a década de 40, quando a 2ª Inspetoria Regional do Serviço de Proteção do Índio requereu ao Governo do Estado do Pará uma reserva de terras aos índios Munduruku, aos quais foram "concedidos", na ocasião, cerca de 510 mil hectares. Durante vários anos os índios reivindicaram ampliação do seu território, já que a área era considerada insuficiente para a reprodução física e cultural do grupo. Em 1977, finalmente foi concluída a delimitação dessa terra indígena, cuja superfície era de 2.362.000 hectares, sendo a referida área declarada de posse permanente dos índios Mundudurku, pela Portaria no 823, de 11.12.98, com superfície aproximada de 2.340.360 hectares, sendo demarcada em 2002, com a superfície constante do Decreto de Homologação. A Terra Indígena Munduruku foi a primeira homologada dentre as 28 terras encaminhadas pelo Presidente da Funai Mércio Pereira Gomes ao Ministério da Justiça.

Referências dos Munduruku

As referências aos Munuduruku, povo do grupo Tupi, datam do século XVIII, e registram a extensa área por eles habitada, entre os rios Madeira e Tocantins. Relatos de ataques dos Munduruku a acampamentos de "brancos" ao longo dos rios Madeira, Tapajós, Xingu, Pacajá, Jacundá e Tocantins são feitos, entre os anos 1770 e 1773, pelos comandantes das expedições armadas organizadas para destruir aldeamentos Munduruku ao longo desses rios.As referências históricas aos Munduruku se tornam ainda mais numerosas durante o século XIX, através de informações de militares como o capitão Francisco Ribeiro, Antonio Ladislau Monteiro Baena, coronel Cerqueira, e de viajantes e naturalistas que percorreram a região, testemunhando a presença do referido grupo.

A história dos Munduruku é marcada entre outros momentos, pela participação eficiente do grupo na Cabanagem, na década de 30 do século passado, contra os cabanos do Tapajós e Madeira. Esses índios sempre tiveram participação nos conflitos entre os naturais do país e os reinois, que se estenderam dos anos da Independência até o movimento nativista de 1832 e a cabanagem. A população atual Munduruku é de aproximadamente 7 mil índios.

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