Correio do Povo-Porto Alegre-RS
17 de Jan de 2003
A reserva indígena abriga 1,8 mil crianças
O imediato funcionamento de oito poços artesianos abertos na metade do ano passado, em vários pontos da reserva da Guarita é reivindicado pelo cacique Carlinhos Alfaiate. Ele disse ontem que não pode haver tanta demora na instalação da rede elétrica e sistema de distribuição, diante da gravidade da situação provocada pelo consumo de água sem condições de uso. 'As crianças são as mais atingidas pela má qualidade da água', alertou o cacique.
Alfaiate informou que já foram feitos contatos com a Fundação Nacional da Saúde para que os poços, com uma vazão média de 14 mil litros de água por hora, sejam colocados em funcionamento. O cacique disse que a Funasa comunicou a retomada a destinação de dinheiro para manter a estrutura de atendimento aos índios na área da saúde. O chefe indígena confirmou que nos últimos dias foram registrados vários casos de crianças desidratadas. Na reserva vivem 1,8 mil crianças com menos de 10 anos.
O administrador da Funasa em Tenente Portela, Sérgio Boni, disse que naquele município a prefeitura assumiu a manutenção do transporte dos índios que necessitam de atendimento. Garantiu que também é normal o fornecimento de medicamentos. Já a Funai deverá instalar seis orelhões na reserva.
A situação das áreas indígenas é o tema de reuniões que o secretário extraordinário do gabinete da Reforma Agrária do RS, Vulmar Leite, manterá hoje os prefeitos de Pontão, Ronda Alta, Três Palmeiras, Engenho Velho e Constantina. Vulmar também visitará os assentamentos da região e terá encontro com dirigentes da Cooperativa Agrícola Novo Sarandi.
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