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Guajajaras liberam rodovia estadual

CB, Brasil, p. 13
12 de Fev de 2006

Guajajaras liberam rodovia estadual

Índios desocupam a estrada no Maranhão após ultimato dos moradores das cidades que ficaram isoladas, mas ameaçam novamente paralisar a Ferrovia de Carajás

Os índios guajajaras que haviam interditado a rodovia estadual MA-006, que interliga Grajaú e Arame, municípios que ficam distante cerca de 500km de São Luís, desocuparam a estrada ontem, após receberem um ultimato dos moradores da região. Os índios haviam feito uma vala no asfalto para impedir a movimentação de veículos, próximo à aldeia Estirão.
Delegados da PF e técnicos da Funai convenceram os indígenas a liberar a rodovia depois que comerciantes de Grajaú e Arame, que ficaram isoladas do resto do estado por conta da ocupação, fizeram uma intimação aos índios. Eles ameaçaram impedir qualquer guajajara de entrar nas duas cidades se a rodovia não fosse liberada.
Segundo os policiais lotados na Delegacia de Polícia de Grajaú, com o ultimato as lideranças resolveram esperar o resultado das negociações entre técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que estão acontecendo em Alto Alegre do Pindaré, onde um outro grupo de guajajaras interditou a Estrada de Ferro Carajás (EFC) por 48 horas e, de acordo com fontes independentes, mantêm duas funcionárias da Funasa como reféns.
Os dois grupos de índios têm a mesma pauta de reivindicação: eles querem a revisão do modelo de assistência de saúde às comunidades que ficam dentro das 17 reservas localizadas no Maranhão, um inventário das terras indígenas, a sua redemarcação e que a fiscalização das áreas também seja feito por grupos de índios.
Em Alto Alegre do Pindaré, as negociações prosseguem em um clima tenso. Os guajajaras afirmam que, se não houver acordo hoje, voltarão a ocupar a ferrovia, que pertence à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). "O que demos foi um voto de confiança. O movimento ainda não acabou. Sem acordo voltaremos a ocupar a ferrovia", afirmou o cacique Francisco Guajajara, líder dos 200 índios que estão em Alto Alegre do Pindará.

CB, Brasil, 12/02/2006, p. 13

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