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Grupo próximo à candidata do PSB mostra força heterogênea

O Globo, País, p. 4
24 de Ago de 2014

Grupo próximo à candidata do PSB mostra força heterogênea
Bilionário, filha de banqueiro e político antigo estão entre eles

Mariana Sanches e Sérgio Roxo

SÃO PAULO - Logo depois de ser escolhida candidata do PSB a presidente, uma das primeiras providências de Marina Silva foi escalar os seus "marineiros" para auxiliá-la. Heterogêneo, o grupo conta com um bilionário incluído na lista da revista "Forbes", a acionista do maior banco privado do país, um líder empresarial praticante de ioga e até um político que ocupa cargos públicos desde 1982.
A turma de Marina é praticamente a mesma que compôs o núcleo duro da campanha de 2010 pelo PV. A exceção é o ex-tucano Walter Feldman, que, naquela eleição, apoiou o adversário de Marina, José Serra, e agora foi escalado para a função mais importante: a de coordenador-geral da campanha.
O ex-tucano ocupará o posto que, em 2010, foi de João Paulo Capobianco, homem de extrema confiança de Marina Silva. Capobianco e Marina se conheceram superficialmente quando ele atuava no Instituto SocioAmbiental, e ela era senadora pelo PT, no anos 1990. Indicada ministra do Meio Ambiente, Marina chamou Capobianco para ser secretário de Florestas:
- Eu recusei na hora. A gente mal se conhecia.
Mas o entusiasmo com o governo petista recém-eleito, no qual votava, e a novidade o levaram a aceitar e a se mudar com a família para Brasília. Entre 2003 e 2008, ele foi um dos mais aguerridos funcionários de Marina Silva, a ponto de ter se tornado secretário-executivo. Na campanha do PSB, até o acidente, sua atuação estava limitada à colaboração para o programa de governo, especialmente nos setores ambientais. Mas suas funções devem se ampliar com a conversão de Marina à cabeça de chapa. Ele tem centralizado as questões da finalização do programa, marcado reuniões com grupos da sociedade e vai preparar Marina para entrevistas.
Em 2010, Capobianco dividia a formulação da estratégia da candidatura com Guilherme Leal, então candidato a vice. Sócio da Natura, Leal, 831o colocado no ranking de bilionários da revista "Forbes", declarou depois da campanha de 2010 que nunca mais disputaria um cargo público. Apesar de recusar um posto na linha de frente, tão longo Marina foi confirmada como candidata, o sócio da Natura se prontificou a ajudar nos bastidores, principalmente na relação com o mundo empresarial.
Também contribuem para essa tarefa: Neca Setubal, da família dona do Banco Itaú, e Ricardo Young, vereador em São Paulo pelo PPS e ex-presidente do Instituto Ethos. Neca já estava engajada na campanha e era uma das coordenadoras do programa de governo. Young deve entrar de cabeça agora. Para isso, era cogitado até se licenciar do cargo de vereador. Só não abre mão da prática diária de ioga.
FELDMAN VAI DIVIDIR FUNÇÃO COM EX-ADVERSÁRIA
O coordenador-geral da campanha de Marina, Walter Feldman, terá que dividir a função com uma antiga adversária política: a deputada federal Luiza Erundina (SP), indicada para a função pelo PSB. Entre 1989 e 1992, Feldman, então vereador pelo PSDB, foi opositor da então prefeita petista Erundina:
- Fui o principal opositor do governo da Erundina.
A aproximação do ex-tucano com Marina foi um processo lento. Feldman conta que procurou a ex-senadora em 2012 dizendo estar em busca de um novo caminho político, depois de se desiludir com os rumos do PSDB. Para antigos companheiros de partido, ele estava sem espaço na legenda depois de ter se engajado na campanha de Gilberto Kassab a prefeito de São Paulo contra o tucano Geraldo Alckmin. Na época, Feldman vivia em Londres, depois de ser nomeado por Kassab para ocupar o posto de secretário da prefeitura de São Paulo para observar a organização dos Jogos Olímpicos de 2012.
De volta ao Brasil, no ano seguinte, decidiu se engajar nas articulações para criar a Rede Sustentabilidade. Eleito suplente em 2010 pelo PSDB, acabou assumindo o cargo e se tornando um dos únicos políticos envolvidos com o novo partido. Quando a legenda engrenou, decidiu entregar o mandato e voltou a se dedicar exclusivamente à Medicina.
Quando Marina assumiu o posto de vice de Eduardo Campos, Feldman passou ao posto-chave da campanha.

O Globo, 24/08/2014, País, p. 4

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