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Grupo pede status de proteção especial para campo amazônico

FSP, Ciência, p. A14
22 de Jul de 2008

Grupo pede status de proteção especial para campo amazônico

Rafael Garcia
Da reportagem local

Uma dupla de biólogos lança hoje uma proposta para a reclassificação dos ecossistemas de campos abertos localizados em meio à floresta amazônica. Os cientistas afirmam que essas áreas devem ser classificadas como "zonas úmidas" -ao lado de pântanos, charcos e mangues- o que daria a elas um status de proteção especial.
Elaborada pelos ecólogos Mario Cohn-Haft, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e Marion Adeney, da Universidade Duke, da Carolina do Norte (EUA), as bases científicas da proposta serão apresentadas hoje à tarde em Cuiabá (MT), na 8ª Intecol, a Conferência Internacional de Áreas Úmidas.
"Nosso argumento é que todas as variedades de ambientes abertos -savanóides- na Amazônia são, de fato, "wetlands" [zonas úmidas] e como tal se qualificam para tratamento especial", diz Cohn-Haft. "Elas contém uma biodiversidade endêmica [restrita a cada local] e são tão especiais que merecem ser reconhecidos como um bioma em si. Como são "wetlands" de importância biológica e grau de ameaça elevado, são sujeitas a proteção integral e categórica no âmbito da Convenção de Ramsar, da qual o Brasil é signatário."
Esse tratado, vigente desde 1975, prevê um status de tratamento diferenciado para áreas naturais que tenham o solo inundado durante grandes períodos. São áreas de importância ecológica abrangente e fundamentais, por exemplo, para a sobrevida de aves migratórias.
No Brasil, porém, as zonas úmidas amazônicas eram pouco conhecidas, e sua classificação como tal dependia de uma melhor caracterização por biólogos. "Nós estamos apresentando uma variedade de evidências para alagamento nessas áreas em várias localidades ao longo da bacia Amazônica e argumentamos que, como tal, esses habitats são de fato zonas úmidas", escrevem os biólogos.
Vastos campos alagáveis existem no sudeste do Amazonas e no norte de Roraima, incluindo áreas dentro da terra indígena Raposa/Serra do Sol.

FSP, 22/07/2008, Ciência, p. A14

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