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Greve no Ibama atrasa indenizações

Gazeta do Povo-Curitba-PR
18 de Nov de 2003

Mil pessoas saíram do arquipélago há seis anos, quando foi criado Parque Nacional.
Os primeiros pagamentos das indenizações às famílias de ex-ilhéus do Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul, seriam realizados no começo de dezembro, mas a greve dos funcionários do Ibama deve atrasar o processo. O argumento foi apresentado ontem pelo gerente regional do órgão no Paraná, Marino Elígio Gonçalves, durante uma reunião com cerca de 200 ex-moradores do arquipélago.

O representante dos ex-ilhéus, Antônio Vieira da Silva, chegou a defender a reocupação do parque como forma de pressão. "Há seis anos esperamos pelas indenizações. Tem muita gente que já morreu e nós continuamos a participar apenas de reuniões que nada decidem", disse.

Até o começo dos anos 90, cerca de mil pessoas moravam em Ilha Grande. Elas tiveram de deixar a área até 1997 quando o arquipélago de 78 mil hectares, entre Icaraíma e Guaíra, foi transformado em parque nacional. Um dos incentivos para a saída foi a promessa de indenizações.

O gerente regional do Ibama diz que o órgão já elaborou cerca de 670 processos. Há R$ 1,1 milhão disponíveis para as primeiras indenizações, mas o pagamento depende da reavaliação dos imóveis por uma comissão incluindo técnicos do Ibama e do Incra. Eles visitarão as propriedades para definir o valor da terra. A comissão só poderá trabalhar após o fim greve, que já dura duas semanas, pois com a paralisação, os técnicos não tem acesso aos processos.

Gonçalves desaconselhou qualquer medida radical por parte dos ilhéus. Ele afirmou que o novo governo tem o compromisso de fazer o que já deveria ter sido feito. "Se a greve acabar logo. Ainda este ano faremos os primeiros pagamentos", afirmou.
(-Gazeta do Povo-Curitiba-PR-18/11/03)

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