VOLTAR

Greenpeace protesta contra comércio de mogno

Estado de S. Paulo-SP
Autor: Evandro Fadel
18 de Abr de 2002

"Queríamos mostrar ao povo do Paraná que as empresas não estão tendo critério na compra de madeira da Amazônia", disse um membro do movimento.

Curitiba - Integrantes do movimento ambientalista Greenpeace bloquearam a entrada da empresa Red Madeiras Tropicais, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, por cerca de sete horas, hoje, em protesto contra o comércio de mogno.

Eles alegam que a empresa paranaense tem, entre seus fornecedores, madeireiras pertencentes à máfia do mogno, que agiriam em terras públicas e indígenas, na região amazônica. Nenhum diretor da Red foi encontrado para comentar a acusação.

Os 14 membros do Greenpeace vieram de São Paulo, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e da região amazônica. "Queríamos mostrar ao povo do Paraná que as empresas não estão tendo critério na compra de madeira da Amazônia", disse Nilo D´Ávila, um dos ativistas. Segundo ele, a Red Madeiras Tropicais foi a maior exportadora de mogno no ano passado, com cerca de 8,7 mil metros cúbicos.

Outros 14 mil metros cúbicos da madeira estariam nos depósitos da empresa.

Os ativistas bloquearam o portão da empresa com uma motosserra inflável de seis metros de comprimento. Vários cartazes contra a venda ilegal de mogno também foram colocados nas grades. Um dos manifestantes acorrentou-se ao portão.

Um princípio de confusão ocorreu quando os ativistas subiram em cima da guarita de segurança e houve bate-boca com os funcionários da empresa. A Polícia Militar esteve no local, mas apenas assistiu à manifestação. Os ativistas queriam conversar com os diretores da Red para pedir que assinassem um documento se comprometendo a trabalhar somente com madeira legalizada. Não conseguiram.

A exploração, transporte e comércio de mogno estão proibidos desde outubro do ano passado, quando o Ibama iniciou investigações sobre a compra e venda ilegal do produto. "Mas empresas roubam madeira de terras indígenas e áreas públicas, burlam a legislação, conseguem liminares em juízes de primeira instância, usam documentos oficiais para legalizar madeira ilegal, confundem os consumidores e acabam com a credibilidade do Brasil no mercado mundial", denunciou D´Ávila.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.