Midianews-Cuiabá-MT
25 de Out de 2003
Após ouvir as reivindicações dos representantes das 14 etnias presentes no Parque Nacional do Xingu, durante o Governo Itinerante, instalado o local na sexta-feira (24.10), o governador Blairo Maggi e secretários de Estado começam a definir políticas para beneficiá-los.
Na área da Saúde, a proposta do secretário Marcos Henrique Machado é viabilizar uma parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para que o Estado assuma a responsabilidade pelo atendimento indígena, hoje delegada à Escola Paulista de Medicina.
"Quando a Funasa terceirizou o serviço, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não possuía condições de assumi-lo. Mas hoje isso já é possível, principalmente em parceria com o Estado", esclarece a secretária de Ciência e Tecnologia, Flávia Nogueira, que defende a proposta.
A secretária quer ainda que sua pasta, através da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), financie o monitoramento das águas da bacia do Rio Xingu, para se certificar de que os índios não sofrerão contaminações pelos herbicidas e agrotóxicos utilizados nas lavouras do entorno.
Também envolvendo a pasta de Ciência e Tecnologia, em conjunto com as de Educação e Trabalho, Emprego e Cidadania, o Estado pretende implantar em uma base abandonada da Força Área Brasileira (FAB), no meio do Parque Nacional do Xingu, um centro de formação profissional.
Em relação à Segurança Pública, que engloba o combate sistemático às invasões de madeireiros e pescadores, a proposta do secretário Célio Wilson de Oliveira é capacitar e equipar as comunidades indígenas, para que elas mesmas cuidem do policiamento das fronteiras dos 2,6 mil hectares da reserva.
"É uma reivindicação das lideranças indígenas que eles mesmos sejam responsáveis pela segurança do Parque. Mesmo porque a implantação de uma companhia de policiamento no local poderia influir negativamente na cultura indígena", esclarece Célio Wilson.
Para a secretária de Educação, Ana Carla Muniz, o principal objetivo da pasta é fortalecer os projetos de educação indígena já implantados, como a formação de professores de 3o Grau, na qual Mato Grosso, inclusive, é pioneiro."Também iremos construir dz novas escolas no Xingu", disse ela.
Na área ambiental, a proposta da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema) é promover o reflorestamento das margens dos rios da bacia do Xingu, evitando a erosão das encostas e criando corredores ecológicos pelos quais a fauna poderá circular.
A pasta de Desenvolvimento Rural também apresentou propostas que encheram os olhos das lideranças indígenas do Xingu. Entre elas, estão a distribuição de sementes para a lavoura, a implantação de viveiro de árvores frutíferas e a criação de alevinos para repovoamento do Rio Xingu.
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