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Governo vai antecipar meta para adição obrigatória de biodiesel

FSP, Agrofolha, p. B10
01 de Ago de 2006

Governo vai antecipar meta para adição obrigatória de biodiesel
Colocação de 5% do item no diesel virá antes de 2013; data não foi definida

Pedro Dias Leite
Eduardo Scolese

O governo decidiu antecipar o prazo da lei que torna obrigatória a adição de 5% de biodiesel no diesel vendido em postos de combustíveis, informaram ontem os ministros Silas Rondeau (Minas e Energia) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Atualmente, a adição de 2% de biodiesel ao diesel vendido nas bombas é opcional. A medida passa a ser obrigatória em 2008, mas essa meta não deverá ser antecipada, segundo a assessoria do Ministério de Minas e Energia.
A meta que será adiantada é a de 2013, quando o percentual obrigatório de biodiesel no diesel deverá chegar a 5%. Apesar da certeza da antecipação, ainda não há uma previsão sobre quando será feita a mudança.
"Nós avaliamos que temos condições de estudar a antecipação das metas. Que vamos antecipar, vamos. Agora, ainda não estabelecemos [a data], porque sempre fizemos todas as decisões do biodiesel de forma coordenada", disse Dilma.
As entrevistas foram concedidas depois de uma reunião sobre o biodiesel no Palácio do Planalto, que foi conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com uma platéia formada por representantes de distribuidoras, refinarias e potenciais consumidores, além de representantes de sindicatos de trabalhadores rurais.
O próprio Lula também deu a entender que as metas serão antecipadas. "Pelo andar da carruagem, acho que vamos ultrapassar, com muita facilidade, os índices que colocamos."
A reunião, inicialmente fechada, foi aberta à imprensa para a apresentação de dados positivos do programa, uma das principais bandeiras da campanha de Lula à reeleição. "Não estamos lançando um mero programa, o Brasil está lançando um novo segmento econômico. O pólo de biocombustíveis tem tanta importância nas próximas décadas quanto qualquer outro setor", defendeu Dilma depois da reunião.
Lula chegou a criticar indiretamente as montadoras brasileiras pela reticência em aderir ao programa. "Obviamente a nossa indústria automobilística vai perdendo o medo e vai acabando com esse negócio de demorar até 2008, 2010, esse negócio todo."
Depois, Rondeau e Dilma afirmaram que não houve nenhum recado, tampouco crítica. "Ele [Lula] disse que tem de ter uma harmonia entre a produção e que isso tem de ser absolutamente coordenado", disse o ministro de Minas e Energia. "A Anfavea tem sido parceira em todas as etapas do programa", afirmou a ministra.
O momento descontraído da cerimônia ficou por conta de um integrante da platéia que entregou a Lula um kit contendo frascos de biocombustível feito de várias sementes. O presidente se empolgou e disse que era preciso levar um kit semelhante, "com um folder em tudo quanto é língua", para convencer outros presidentes.
Lula brincou com uma das palavras da etapa de produção do biodiesel, a transesterificação (processo de retirada do óleo das sementes). "Passei três meses para aprender a falar essa palavra sem gaguejar."

FSP, 01/08/2006, Agrofolha, p. B10

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