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Governo fiscalizará o plantio de milho transgênico em 2005/06

GM, Agronegocio, p. B12
05 de Jan de 2006

Governo fiscalizará o plantio de milho transgênico em 2005/06

O governo deve fiscalizar o plantio ilegal de milho transgênico no Rio Grande do Sul ao longo de toda safra 2005/06 para tentar coibir a pirataria, vinda sobretudo da Argentina. A decisão foi tomada após a descoberta de um lote de grãos geneticamente modificados no estado. Empresas de alimentos, como a Sadia, já vêm se prevenindo e testando as compras de milho há pelo menos quatro anos.
Até hoje, a única lavoura geneticamente modificada com permissão de plantio é a da soja. Ainda estão sob análise culturas como o milho e o algodão. A autorização é concedida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão que regulamenta o tema.
"Vamos fiscalizar do plantio à colheita na safra 2005/06", diz Mauro Marques Ruggiro, chefe do serviço de fiscalização agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Rio Grande do sul. "Estamos nos esforçando para que o plantio ilegal de milho transgênico não alcance as mesmas proporções da soja pirata", afirma.
As características agronômicas do milho jogam a favor do governo porque, ao contrário da soja, o grão do milho não pode ser reaproveitado como semente. O produtor precisa comprar sementes novas toda safra o que, no caso do plantio ilegal, implica que o agricultor importe pelo mercado negro com regularidade. "Em razão destas características, o plantio ainda é muito limitado. Não acredito que a área ultrapasse 5% do plantio no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e duvido que seja mais expressivo em outras regiões", diz Anderson Galvão, conselheiro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). Gaúchos e catarinenses vão plantar, juntos, 2,24 milhões de hectares.
O plantio ilegal de milho se concentrou nas variedades Bt (resistente a lagartas), da Syngenta, e na Roundup (resistente a herbicidas), da Monsanto. A Syngenta não informou se pretende tomar alguma medida. Já a Monsanto Argentina "manifesta seu total repúdio ao comércio ilegal de sementes, atividade que gera grave prejuízo para a indústria sementeira", e disse que vai averiguar a denúncia de que as sementes contrabandeadas tinham na sacaria o logotipo de uma de suas marcas.
A indústria de alimentos já vinha se prevenindo para o plantio ilegal e realizando testes nas cargas por conta própria. Na Sadia, os testes são exigência dos importadores de frangos e suínos e sua obrigatoriedade consta inclusive em contrato, informa a assessoria de imprensa. Perdigão e Yoki Alimentos também estariam testando as cargas, porém não confirmaram a informação.

GM, 05/01/2006, Agronegocio, p. B12

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