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Governo aplicará recomendações do Teeb em nível nacional

Eco Desenvolvimento - www.ecodesenvolvimento.org.br
26 de Out de 2010

O governo brasileiro prepara uma versão nacional do estudo Teeb (A Economia de Ecossistemas e da Biodiversidade), que trata da valoração econômica dos elementos presentes no meio ambiente, segundo informou na segunda-feira, 25 de outubro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante participação na reunião de alto nível da 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP10), realizada em Nagoya, no Japão.

Segundo a ministra, os requerimentos para a adoção destas estratégias no país já estão em fase de análise. "Agora nós estamos preparando os termos de referência para finalizar a negociação. Depois que forem estabelecidos os compromissos da COP10, pretendemos desenvolver uma nova estratégia nacional baseada no Teeb, como referência de uma nova economia sustentável", explicou Izabella.

Os principaís pontos abordados nos seis relatórios Teeb já publicados foram discutidos em Nagoya. Na ocasião, a ministra destacou a importância de se conhecer melhor não apenas o preço, mas fundamentalmente o que representa o valor da economia proveniente dos diferentes serviços ambientais prestados pela biodiversidade.

"Este será o grande desafio deste século, porque temos de lembrar que a base de tudo isso deve ser a sustentabilidade. Creio que o Teeb possa contribuir para associar todos estes temas nas discussões dos tomadores de decisão e formuladores de políticas públicas aqui presentes", Izabella Teixeira.

Na mesma linha, o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, garantiu que o Brasil levará as recomendações do estudo a sério. "O Brasil tem um enorme potencial para liderar uma nova economia e implementar uma economia verde no país. É preciso para isso que todos os setores da sociedade estejam engajados em incorporar os valores da nossa biodiversidade em suas contabilidades", apontou o superintendente.

O líder do estudo Teeb, Pavan Sukhdev, chamou a atenção dos líderes mundiais quanto à perda da biodiversidade mundial, além de pedir que eles incluam os valores econômicos da natureza na formulação de políticas públicas em seus países. "A degradação do meio ambiente atingiu níveis em que custos sociais e econômicos sérios estão sendo sentidos e serão sentidos ainda mais intensamente se nada for feito de fato."

Para Cláudio Maretti, superintendente de conservação da WWF-Brasil, considerar o valor da biodiversidade na formulação de políticas públicas, a inclusão desse valor na contabilidade pública, nas contas nacionais e nos cálculos dos planos de desenvolvimento é fundamental para a conservação.

"Os governos devem, antes de investir em uma obra de infraestrutura como uma estrada, por exemplo, estudar o que a degradação da área para a construção da estrada irá representar em termos economicos para o país. Ou seja, considerar os serviços que a biodiversidade deixará de prestar na região, quais serão os impactos disso e quais serão os custos para lidar com tais impactos."

Participaram do evento líderes e tomadores de decisões de países megadiversos, da União Europeia e de outras nações, além de representantes de ONGs, instituições e empresas de todo o mundo. Além do Brasil, Índia e Noruega já anunciaram que vão seguir as recomendações do Teeb em nível nacional.

A COP10 da Biodiversidade segue em Nagoya até sexta-feira (29).

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