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Governador visita cinta largas

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Romilson Dourado
06 de Mai de 2004

Os índios cinta largas recebem, pela primeira vez, a visita do governador Blairo Maggi, há exato um mês após o conflito dentro da reserva.

Maggi cumprimenta cacique Alexandre, em março

Os índios cinta largas recebem amanhã, pela primeira vez, a visita do governador Blairo Maggi, há exato um mês após o conflito dentro da reserva de 2,7 milhões de hectares, que resultou na morte de ao menos 29 garimpeiros. O encontro será na Serra Morena, em Juína (a 740 km a noroeste de Cuiabá), uma das quatro aldeias da etnia. Além de Juína, a reserva abrange também o município mato-grossense de Aripuanã, além de Espigão d"Oeste, em Rondônia. O conflito aconteceu na aldeia Roosevelt, onde há exploração de diamantes.

O governador disse que irá propor parcerias aos índios porque eles não querem mais viver isolados. "Os índios não querem ser ilha de pobreza rodeada de um mar de riqueza". Em março, Maggi recebeu no seu gabinete lideranças cinta largas, que reclamaram da exploração de madeira em suas reservas. Eles querem ajuda para cultivar arroz e feijão.

Maior produtor individual de soja do mundo, Maggi diz que Mato Grosso tem 2% de seu território de áreas indígenas e garante não haver conflitos nessas áreas. O maior complicador está, porém, em algumas reservas onde os índios travam a luta pela demarcação e enfrentam embate com produtores rurais.

O governador fez duras críticas à direção na Fundação Nacional do Índio (Funai), para quem só cria confusão na relação com os vizinhos. "A atuação da Funai não é satisfatória". Nos 16 meses de governo, Maggi já visitou outras nações indígenas, como os xavantes, em Primavera do Leste, e as 14 etnias do Parque Nacional do Xingu, onde chegou a enfrentar um clima tenso quando um cacique disse que o governador não gostava de índio e que temia perda de parte da reserva.

Maggi programa permanecer pelo menos quatro horas com os cinta largas, que receberam esse nome por parte da Funai porque usavam uma casca grossa de árvore na cintura. Inicialmente, o governador inaugura uma escola no perímetro urbano de Juína e, em seguida, por volta de 11h, se deslocará à aldeia (a 100 km do perímetro urbano). No sábado, conhecerá também outras reservas indígenas, em Brasnorte.

Soja - O governador assegura que o plantio e comercialização de soja transgênica continuarão proibidos no Estado, já que nenhum produtor se apresentou como cultivador da oleaginosa geneticamente modificada. "Não fui contra a Medida Provisória do governo federal (que liberou transgênico). Só alertei os produtores", diz Maggi, para, em seguida, revelar que é favorável à soja transgênica.

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