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A Glep vai investir R$ 1,5 bi em usinas

OESP, Negócios, p. B12
Autor: NETZ, Clayton
16 de Jun de 2010

A Glep vai investir R$ 1,5 bi em usinas

Clayton Netz

Os irmãos Carlos e Guilherme Lourenço, principais executivos do grupo Gomes Lourenço, de São Paulo, já iniciaram a contagem regressiva. No próximo domingo, dia 20 de junho, entrará em operação oficialmente a hidrelétrica Piedade, construída pela Glep, braço na área de energia do grupo, no município de Monte Alegre de Minas, no triângulo mineiro. Em tempos de megaprojetos como Jirau e Belo Monte, a produção da usina, conhecida no jargão do setor como PCH, sigla para pequena central hidrelétrica, é quase uma ninharia: 21,7 megawatts, suficiente apenas para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes.
Para eles, no entanto, trata-se do primeiro passo de uma escalada que prevê a construção de um total de 25 PCHs até o final da próxima década, com um investimento previsto de R$ 1,5 bilhão. "A produção de energia é um dos setores mais promissores no País", diz Carlos, diretor-comercial do grupo. "Tem um mercado quase cativo, com demanda garantida."
Cinquentenário, o grupo Gomes Lourenço teve sua origem no setor de construção civil. Suas digitais estão em obras como a primeira fábrica da Volkswagen no Brasil, na via Anchieta, no Hospital São Luiz, em São Paulo, e em trabalhos para governo, como os projetos de desfavelamento tocados para a Prefeitura de São Paulo. Há cerca de 10 anos, no entanto, o grupo começou a se interessar pelo setor energético. "Verificamos que havia grandes oportunidades na área, pois existia um descompasso entre a demanda projetada de energia e a capacidade instalada das fornecedoras", diz Guilherme. "E isso aconteceu antes do apagão de 2001."
A decisão de criar a Glep foi acompanhada por um minucioso estudo do potencial hídrico dos rios brasileiros. Para não sangrar os cofres do grupo, foi admitido um sócio externo, o fundo Conduit Capital Partners, de Nova York, que adquiriu 50% do capital da Glep. Com recursos da empresa e financiamento da Caixa Econômica Federal e do BNDES, foram tocadas as obras da PCH Piedade e da PCH Santa Luzia, no Rio Chapecó, no oeste de Santa Catarina, que será inaugurada em dezembro deste ano. Ao todo, as duas primeiras PCHs implicam investimentos da ordem de R$ 344 milhões.
Para 2011, a ideia é dar início ao que o grupo chama de segunda rampa de crescimento do projeto energético. Trata-se da construção de mais quatro pequenas usinas em Santa Catarina, com uma produção total de 60 megawatts, nas quais serão aplicados R$ 333 milhões. A implantação dessa etapa, porém, depende do resultado de um rearranjo societário na Glep, já que o sócio americano está de saída da empresa. "Com recursos próprios seria impossível executar a totalidade do projeto", diz Guilherme.
Com um faturamento anual de R$ 600 milhões, o grupo Gomes Lourenço emprega 3 mil funcionários em negócios que incluem ainda produção de soja em Minas Gerais e criação de gado em Mato Grosso. Mais recentemente, foi criada a Econ, que já é a segunda empresa independente de comercialização de energia, atrás apenas da líder Ersa. "Nosso próximo passo é entrar na comercialização de etanol, aproveitando nossa expertise no setor de energia", diz Guilherme.,

OESP, 16/06/2010, Fato Relevante, Negócios, p. B12

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100616/not_imp567188,0.php

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