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General diz que vida dos ianomami é “bárbara”

Brasil Norte - Boa Vista - RR
03 de Abr de 2001

Conhecido por defender maior interação entre as comunidades branca e indígenas, o general Alcedir Pereira Lopes, comandante Militar da Amazônia, voltou consternado da visita que fez à aldeia de Surucucus no último sábado, dizendo que as condições de vida dos índios ianomami é bárbara. O general explicou que considera a vida bárbara no sentido de difícil, mas entende que os ianomami, considerados hoje o povo mais primitivo do mundo, precisam de apoio e um pouco de civilidade. A vida deles é muito difícil. Nós estivemos lá e vimos isso, mas constatamos também que eles estão satisfeitos com a vida que levam, vimos que eles se sentem muito bem. Mas as condições de vida são primitivas, analisou. Em Surucucus fica um dos principais postos avançados do Exército na Reserva Indígena Ianomami. Com exceção de médicos, enfermeiros, missionários e ativistas de ONGs internacionais, os militares são os únicos membros da sociedade branca que mantém contato mais próximo com eles. Na descrição do general, os índios vivem nas redes, dentro das chaponas (casas), sem fazer nada o dia inteiro. A gente fica chocado porque nós não tem esse costume, não é nossa cultura. Para ele, aos poucos essa sociedade primitiva deveria receber apoio de coisas consideradas boas na sociedade que todos nós conhecemos. Eles precisam de um pouquinho mais de apoio, de civilização, disse. Separar as famílias cada uma em uma casa, mesmo que a chapona seja construída com o mesmo material de hoje (palha e barro) seria um bom começo, na opinião do militar. Eles deveriam ter pelo menos uma casinha individual. Se eles aprenderem a plantar e a colher sua comidinha vai ser muito melhor para eles, completa. Os ianomami são nômades, sobrevivem da coleta de frutos silvestres e da caça e vivem em casas comunitárias.

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