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General condena homologação

Agência Estado-São Paulo-SP
Autor: Tânia Monteiro
14 de Mai de 2005

O presidente do Clube Militar, general da reserva Luiz Gonzaga Lessa, qualifica de "absolutamente equivocada" e "desastrada" a decisão do governo brasileiro de homologar as terras da reserva indígena Raposa Serra do Sul, em área contínua de 1,747 milhão de hectares.

Para o general, que fez um estudo sobre as conseqüências da demarcação, o governo federal deveria fazer um plebiscito na região, em vez de ouvir algumas lideranças e se deixar influenciar pela Igreja e ONGs internacionais. "Faça um plebiscito, ouça os cerca de 16 mil índios, atenda ao real desejo dos índios e aí, talvez, se consiga a paz", afirmou general, ao lembrar que com a portaria assinada jamais a região será pacificada.

Na opinião do general Lessa, que tem falado em relação a este tema em nome dos militares, o governo "criou um muro de Berlim selvagem em plena região amazônica". O general acredita que o presidente Lula tenha sido "mal assessorado" para tomar a "controvertida" decisão e lista uma série de informações que acredita não terem sido repassadas ao presidente da República.

Ele diz que o Estado de Roraima é hoje um Estado índio com cerca de 50% do seu território retalhado por reservas indígenas, esclarecendo que "dos 22.429.898 ha que constituem o Estado de Roraima, abatidas as unidades de conservação (7,51%), áreas militares (3,17%), áreas rochosas (2,58%) e áreas inundadas (7,92) resta uma área remanescente de pouco mais de 7 milhões de hectares (30%) e que desta última, com aptidão agrícola, existem ínfimos 700 mil hectares, cerca de 3% de todo o território estadual".

O general informa ainda que "os povos Macuxi e Wapixana se encontram em crescente fase de integração e que pela voz das suas lideranças mais atuantes não desejam permanecer isolados, não querendo, portanto, que a demarcação seja feita em área contínua".

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