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Gasto com saúde indígena foi quase R$ 30 mi menor do que o autorizado

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
06 de Mar de 2005

No ano passado, a Funasa gastou quase R$ 30 milhões a menos do que o autorizado para "Atenção à Saúde dos Povos Indígenas". De uma dotação de R$ 161.133.971, foram pagos R$ 132.335.399, 82,13% do previsto.
Mas, só neste início de ano, em meio à crise provocada pela morte de seis crianças em Dourados (MS), já foram liberados R$ 16,6 milhões ainda referentes ao orçamento do ano passado.
O projeto de estruturação de unidades de saúde foi, no entanto, o mais sacrificado: só foi liberado R$ 1,9 milhão, 18,94% dos R$ 9,9 milhões programados.
Ainda segundo o Siafi, a Funasa investiu apenas um terço do que tinha sido originalmente previsto na capacitação de profissionais para atenção à saúde dos povos indígenas.
Segundo dados do Siafi, dos R$ 10 milhões inicialmente reservados no orçamento, houve um corte de R$ 5.500.007 e só R$ 3,2 milhões foram pagos.
Para Marina Machado, coordenadora-executiva da ONG Saúde Sem Limites, essa é uma das deficiências na execução do modelo de saúde indígena.
Outra deficiência é a falta de treinamento dos próprios "agentes", em sua maioria indígenas. "São os próprios índios que fazem o atendimento à comunidade. Eles também fazem a prestação de contas. Se nós, que estamos habituados, ficamos enrolados com a papelada, imagine os índios. Eles precisam ser treinados", defende ela.
Em 2004, a Funasa destinou R$ 2.397.299 à "promoção de educação em saúde à população indígena", 88,97% do autorizado.
O Sistema de Informação em Saúde Indígena também passou por restrições orçamentárias: dos R$ 5,3 milhões inicialmente previstos, só R$ 702,3 mil foram liberados ao longo do ano.

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