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Garimpeiros foram mortos porque estupravam índias

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
Autor: CLÁUDIO PAIVA
10 de Mai de 2004

Os 29 garimpeiros foram assassinatos na Reserva Indígena Roosevelt, em Espigão do Oeste, não porque estivessem extraindo diamantes ilegalmente na terra dos Cinta Larga, mas porque, há muito tempo, vinham estuprando e matando filhas de índios menores de idade - entre 10 e 14 anos, principalmente. A denúncia foi feita ontem, pela conselheira da Associação Etno-Ambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira, com base em um amplo relatório que deverá ser entregue, na próxima semana, ao presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Não se tem dados exatos sobre os números de estupros e assassinatos, na Aldeia dos Cinta-Larga, porque, como nenhuma providência vinha sendo tomada para punir os infratores pelos crimes, os índios deixaram de denunciar, por não acreditarem mais na Polícia e nem na Justiça. Daí, estudarem uma ação.
No entanto, não é apenas isso que levaram os índios a fazerem justiça com as próprias mãos. Um documento elaborado entre 1990 e 2003 mostra que as autoridades policiais e judiciárias de Rondônia não apuraram nenhuma denúncia de sevícias, estupros, esquartejamento, atropelamentos e assassinatos de membros da comunidade Cinta Larga. "Todos os envolvidos, que são do conhecimento da polícia e da justiça, continuam impunes", denuncia Ivaneide Bandeira, tudo com base em notícias disponibilizadas em sites - e, portanto, de domínio público.
Segundo a conselheira da Kanindé, os Cinta Larga, várias vezes, pediram para os garimpeiros deixarem a Reserva Roosevelt, porque suas esposas não estavam mais aceitando tantos constrangimentos e humilhações de verem suas filhas - (maioria criança, entre 10 e 14 anos) - serem selvagemente seviciadas e estupradas por garimpeiros, sem que as autoridades competentes adotassem qualquer providência para punir os infratores.

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