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Garimpeiros denunciam mais tocaias à justiça

O Estadão do Norte-Porto Velho-RO
31 de Ago de 2001

Um grupo de garimpeiros procurou a juíza na Comarca do Espigão do Oeste para dizer que pessoas utilizando roupas de funcionários da Funai estão explorando terras indígenas na caça ao aos diamantes e na execução de garimpeiros, usando para isto até veículos oficiais. A denúncia foi feita a O ESTADÃDO DO NORTE pelo garimpeiro José Lucas Bonfim, que garante ter trânsito livre na reserva Roosevelt, em Espigão.
Segundo Lucas, dois dias antes da chacina de quatro pessoas, os garimpeiros Rodrigues Silva e Zé Ceará foram tocaiados por um grupo de homens fortemente armados, usando uniforme da Funai e uma Toyota.
José Lucas Bonfim tem 84 anos, natural do Suriname, chegou ao Brasil com 15 anos de idade, residindo em Viçosa-CE, na Segunda Guerra Mundial, serviu o Exercito como expedicionário e veio para o Território do Guaporé, trabalhando com o Marechal Cândido Mariano Rondon, no início do século passado. Ele fala alemão, francês e espanhol.
Em 1983, participou de uma expedição para tentar localizar um local chamado Urucumacuã, onde haveria muitas riquezas deixadas pelos espanhóis.
Bonfim decidiu retornar ao local, com o consentimento do Cacique Nacoça Pio Cinta-Larga, e se manteve na reserva a procura dos veios de ouro e diamantes. Conforme ficou provado, as pedras que são retiradas são de boa qualidade, comparadas com as minas de diamante da África do Sul.
Segundo Bonfim, os índios liderados pelo Cacíque Cinta Larga, estavam cobrando a partir de dezembro de 2000, R$ 6 mil para liberar a garimpagem. Desde fevereiro de 2001, a taxa passou para R$ 13 mil. Isto para quem deseja mergulhar na mata fechada a procura de gemas preciosas e do ouro, próximo do Rio Roosevelt.
O garimpeiro afirma que já entraram mais de 2.700 garimpeiros só este ano. Os garimpeiros pagavam pedágio mais 20% do que produzir. O destino das pedras brasileiras: Estados Unidos e Mercado Europeu.

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