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Futuro em xeque

O Globo, O País, p. 6
27 de Dez de 2006

Futuro em xeque

A natureza está dando aos inquilinos da Terra advertências irrefutáveis de que o futuro está em perigo, e de que é preciso agir para preservar o Planeta e evitar a ordem de despejo.
0 desaparecimento da ilha de Lohachara, na baía de Bengala, costa indiana, veio confirmar o maior temor sobre o aquecimento global: o de que a inundação de áreas mais baixas devido à elevação do nível dos oceanos não é só uma hipótese científica. Nações insulares, como Maldivas, Ilhas Marshall, Vanuatu, Papua-Nova Guiné, entre outras, estão na linha de risco, assim como áreas de países como Egito e Bangladesh e cidades costeiras em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Na Austrália, bombeiros que combatiam incêndios causados pelo calor exultaram com nevascas em pleno verão em Vitória, Nova Gales do Sul e Tasmânia. Foi muito interessante fazer bonecos de neve no Natal do Hemisfério Sul, mas alternância de extremos de frio e calor estão entre as conseqüências do aquecimento global. Por falar em neve, um estudo da Nasa concluiu que o gelo do Ártico encolheu 25% nos últimos 25 anos e que, nesse ritmo, derreterá totalmente verão de 2040 (com a corres dente elevação dos oceanos).
Sinais da natureza, no momento em que o mundo lembra os dois anos da maior tragédia dos tempos modernos: a tsunami do Oceano Índico de 26 de dezembro de 2004, que matou cerca de 250 mil pessoas em 11 países, com 2 milhões de desabrigados, 370 mil lares destruídos ou danificados, 8 mil quilômetros de costa devastados e mais de 3 mil
quilômetros de estradas destruídas. Nem seria possível esquecer: ontem, poderosos terremotos submarinos a pouco mais de 20 quilômetros de Taiwan deflagraram alertas de tsunami, afinal - e felizmente -, não confirmados. Mas suficientes para chamar a atenção de que, apesar dos esforços de recuperação após a tsunami de 2004, há ainda muito o que fazer no que diz respeito a reconstrução, e a sistemas de alerta e de preparação para a eventualidade de uma nova catástrofe.
Klaus Schwab, fundador e diretor executivo do Fórum Econômico Mundial, adverte na última edição da revista "Newsweek": "0 aquecimento global é comparável à guerra nuclear, em termos de seu potencial para destruir o Planeta."

O Globo, 27/12/2006, O País, p. 6

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