VOLTAR

Furlan quer pacote de incentivo à biomassa

OESP, Economia, p. B7
27 de Set de 2006

Furlan quer pacote de incentivo à biomassa
Ministro vai propor que geração de energia elétrica a partir de material orgânico seja ampliada em 4.000 MW, para o dobro da atual

Denise Chrispim Marin

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) vai propor ao governo e ao setor empresarial a elaboração de um pacote de estímulo à geração de energia elétrica a partir da biomassa no dia 19 de outubro, durante o Fórum de Competitividade da Indústria de Bens de Capital. De acordo com o ministro Luiz Fernando Furlan, essa iniciativa poderia elevar a oferta de energia em 4.000 megawatts - um terço da potência da Hidrelétrica de Itaipu - sem gerar impacto ambiental.

A Secretaria de Desenvolvimento da Produção do MDIC concluiu uma nota técnica sobre o tema. Mas a conclusão do pacote deverá envolver estudos mais profundos a serem realizados também pelos Ministérios de Minas e Energia, da Fazenda e do Meio Ambiente, na esfera governamental, e pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abiquim).

A proposta inicial seria beneficiar com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e com linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a produção de caldeiras mais possantes de geração de energia, a partir de biomassa.

Atualmente, apenas três empresas do País dedicam-se a esse nicho de mercado, que permite a conversão de matérias orgânicas em energia.

Caldeiras menos possantes vêm sendo utilizadas principalmente pelas usinas de álcool, que se valem do bagaço da cana para a geração de energia elétrica. Algumas siderúrgicas igualmente geram eletricidade a partir de vapores.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, já são produzidos no Brasil 4.500 MW de energia elétrica a partir de biomassa. Isso significa que, se o pacote proposto por Furlan vier a ser implementado, a capacidade de geração de energia a partir dessa fonte seria duplicada.

Indústria reclama dos reajustes das tarifas

Representantes da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) vão entregar ao governo estudos mostrando que o preço da energia pode afetar a competitividade da indústria.

Segundo a entidade, de 1999 a 2005, as tarifas cobradas das indústrias subiram quase 200%, saindo de R$ 63 por megawatt/hora para R$ 185 o MWh. 'É um aumento real extraordinário. E totalmente inexplicável, pois cerca de 80% da energia do País é produzida em hidrelétricas, fonte mais barata', disse o vice-presidente da Abrace, Eduardo Spalding.

Um dos estudos estima que, considerando as projeções de aumento de custo da energia contidas no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica, o PIB deixaria de crescer 8,6 pontos porcentuais entre 2006 e 2015, em comparação a um cenário sem reajuste. L.G.

OESP, 27/09/2006, Economia, p. B7

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.