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Fundação Florestal derruba bananeiras na Juréia

Tribuna Digital - http://jornaldigital.atribuna.com.br
09 de Set de 2008

Funcionários da Fundação Florestal, com apoio das polícias Militar e Ambiental, derrubaram nesta segunda-feira centenas de bananeiras plantadas ilegalmente dentro da Estação Ecológica Juréia-Itatins. O cultivo irregular, identificado desde 2005, ocupava uma área de aproximadamente 2,5 hectares, na região serrana da unidade de conservação, entre os bairros do Despraiado, em Iguape, e Vista Grande, em Miracatu, no Vale do Ribeira.

A operação, que exigiu a participação de guardas-parque e vigias que atuam em unidades de conservação controladas pela Fundação Florestal, só foi possível a partir de uma liminar concedida no último dia 12 pela juíza substituta da 2ª Vara de Iguape, Bárbara Donadio Antunes Chinen, atendendo a um pedido da Procuradoria-geral do Estado (PGE).

A magistrada também autorizou liminarmente a derrubada de bananais plantados irregularmente em outras duas áreas da Juréia, que somam quase 12 hectares.

As liminares permitiram a primeira ação contra os desmatamentos para plantio de bananeiras na região, denunciados pela União dos Moradores da Juréia (UMJ), por meio protestos chamados de "empates". "Temos sempre que trabalhar dentro da legalidade. Desta vez, conseguimos uma decisão judicial, o que permitiu fazer essa intervenção no sentido de sinalizar que, daqui para a frente, a regra mudou", declarou o diretor-executivo da Fundação Florestal, José Amaral Neto, lembrando que, até então, havia ações correndo na Justiça sem resultado final.

Para ele, a medida abriu precedente para outras intervenções similares, no caso de novas tentativas de plantio: "Isso deixa claro aos criminosos ambientais que não vale mais a pena fazer isso, pois terão prejuízo econômico".

Exemplo disso foi a reação ontem de familiares do responsável pelo bananal derrubado. Embora reconhecessem ter noção das leis ambientais, lamentavam não ter sido possível salvar ao menos as mudas e as bananas que já estavam prontas para a colheita.

Mais que uma simples ocupação irregular, o avanço de bananais Juréia adentro resulta em um dano, em parte, irreversível. "Embora a recuperação da mata ocorra de forma natural e relativamente rápida, percebemos a derrubada de árvores de grande porte que levarão centenas de anos para crescer de novo", explicou o biólogo Wagner Gomes Portilho, gestor da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Despraiado.

Tombados ao lado das bananeiras, estavam restos de jatobás, cedros, jequitibás, guapiruvus e outras árvores típicas dessa região serrana da Mata Atlântica. "Devido à topografia, clima, solo e outros fatores, algumas espécies podem ser consideradas específicas dessa área e sua derrubada causou um dano grave ao meio ambiente", concluiu o biólogo.

Conforme o diretor da Fundação Florestal, a preocupação agora será evitar que novos desmatamentos aconteçam. A primeira medida nesse sentido foi tomada ontem mesmo, com a abertura de uma vala interrompendo a estrada que servia de acesso aos bananais irregulares,no bairro Vista Grande.

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