O Rio Branco-Rio Branco-AC
16 de Mai de 2003
# Trabalhador braçal disse que foi amarrado em pé de cupuaçu, espancado e torturado por Francisco Lopes, funcionário da Funai
O trabalhador braçal José João Amorim de Azevedo, 25, morador do Ramal da Zezé, localizado no km-05 da BR-364, bairro Belo Jardim, compareceu à 2ª Unidade de Segurança Pública, onde formalizou denúncia de tortura, praticada por um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), de nome Francisco Lopes dos Santos.
Segundo consta em boletim de ocorrência daquela delegacia, João José disse que ontem, por volta das sete horas, caminhava no Ramal da Zezé, onde mora, quando encontrou com Francisco Lopes e um empregado de nome João. Francisco, convidou a vítima para ir até uma Chácara onde deveria fazer um trabalho de capina com roçadeira. Chegando no local, de propriedade de Francisco, ele sacou um revólver e, com ajuda do empregado de nome João, dominou José João e o amararam com uma corda em um pé de cupuaçu e em seguida passaram a espancá-lo e torturá-lo para que ele confessasse o roubo de uma roçadeira.
Temendo ser morto, José João
conseguiu fugir
A trabalhador contou ao delegado Ari Regis que Francisco Lopes é funcionário da funai e que dias atrás teria sido vítima de furto de uma roçadeira. Ele suspeitava que o autor teria sido José João, por conta disso resolveu torturá-lo, acusando-o de um crime que, segundo ele, não cometeu.
Por volta das nove horas, Francisco Lopes e o empregado, depois de estarem cansados de espancá-lo, deixaram-no amarrado no pé de cupuaçu e foram até uma casa que fica dentro da Chácara tomar água. João José disse que aproveitou o momento que ficou sozinho e, temendo ser morto, conseguiu desfazer os nós da corda que prendia as mãos e pés em volta da árvore e fugiu.
Ontem à tarde a vítima, a mando do delegado que apura o caso, compareceu ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez exame de Corpo Delito.
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