Funasa volta a gerenciar recursos da saúde indígena

A Fundação ainda não dispõe de funcionários suficientes para atender in loco a saúde dos índios

O coordenador da Funasa em Roraima Ipojucan Carneiro disse que as ong's precisam aceitar compactuar com as novas decisões da Funasa

A partir de hoje, oficialmente a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) volta a gerenciar de forma direta, os recursos federais disponíveis à saúde indígena, que antes eram alocados principalmente por organizações não-governamentais (ONG's).
Para Roraima, segundo o coordenador regional da Funasa, Ipojucan Carneiro, a instituição receberá este ano, em parcelas, cerca de R$ 13 milhões. "Parte desses recursos será repassada para o Estado e municípios", informou.
Ipojucan adiantou que todos os convênios da Fundação local serão aditivados por mais três meses. Depois, ainda de acordo com ele, passam a vigorar apenas os contratos de acordo com as novas pactuações.
"O Conselho Indígena de Roraima (CIR), por exemplo, já aceitou compactuar com as novas decisões da Funasa. Ainda estamos negociando com a Diocese e a Urihi", informou o coordenador.
ONG's que trabalharem conforme as diretrizes da Fundação, após os próximos três meses, continuarão com a responsabilidade financeira por mais seis meses - até a adequação dos distritos para absorverem as demandas.
O coordenador disse também que a Funasa vai continuar contratando seus parceiros (Urihi, CIR e Diocese, principalmente), pois, segundo ele, faltam recursos humanos (funcionários) para atuarem em áreas indígenas.
"Hoje, precisaríamos de aproximadamente 300 pessoas para trabalhar junto aos índios. E, como não temos pessoal suficiente, temos que continuar com nossas parcerias", comentou Ipojucan.
Sem previsão
Ainda de acordo com ele, não há previsão de concurso público para a Funasa. "Também não podemos absorver funcionários de ONG's que trabalham em áreas indígenas. Podemos apenas manter as parcerias. A medida evita a demissão das pessoas", ressaltou. No setor Leste, em Roraima, atualmente existem 27 mil índios de várias etnias. Na área Ianomami, eles somam 13 mil. Ipojucan informou que hoje há aproximadamente 300 pessoas, direta e indiretamente, cuidando da saúde dos índios. "Nossa maior preocupação é continuar assistindo os índios de forma satisfatória", finalizou.