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31 de Mai de 2010
Desde o inicio do mês de maio, o Polo-Base de Bonito, em Mato Grosso do Sul, que coordena as ações de saúde dos 634 habitantes das aldeias de Barro Preto, São João e Tomásia, onde vivem índios das etnias Kinikinawa e Kadiwéu, vem realizando reuniões para discutir formas de acabar com o acúmulo do lixo nas aldeias, que polui o meio ambiente e prolifera doenças.
Os motoristas do Polo de Bonito, que circulam constantemente pelas aldeias, constataram aumento de depósitos de lixo sem destinação adequada e, no último dia 17, decidiram promover um mutirão de limpeza e palestras sobre consumo adequado da água.
A ação contou com apoio da Prefeitura Municipal de Bonito, que forneceu sacos de lixo para facilitar o recolhimento dos detritos, latões coloridos para separação de plásticos, papéis e metais, além de um grupo de apoio composto por duas biólogas e representantes da secretaria de educação, que acompanharam todo o trabalho desenvolvido pelos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) da Funasa.
A ação durou uma semana e envolveu professores e alunos das três escolas localizadas nestas aldeias. As crianças e adolescentes receberam orientação sobre o tempo de decomposição do lixo exposto no solo e os prejuízos que causam ao meio ambiente.
"A ideia do mutirão foi bem aceita por todos, que transformaram as ações de limpeza numa grande gincana dividindo alunos e professores em três grupos. Graças às parcerias pudemos oferecer lanche todos os dias às crianças e os que conseguiram reunir mais lixo foram premiados com kits escolares", explicou o chefe do Polo-Base de Bonito, José Teixeira Rodrigues.
"Nossa próxima ação na região de Bonito deve acontecer no início de julho, com a limpeza das margens do Rio Aquidaban que atravessa as três aldeias. Após a primeira etapa de conscientização sobre os danos que o lixo causa ao meio ambiente, a comunidade indígena receberá esclarecimentos sobre a importância da conservação da fonte natural de água da região, para que as ações se tornem procedimento de rotina, auxiliadas pelos professores das três escolas localizadas nas aldeias, onde foram distribuídos tambores para coleta seletiva", destacou o chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Mato Grosso do Sul, Nelson Olazar.
O coordenador da Funasa, Flávio Britto, destacou a importância das parcerias firmadas para desenvolver este Projeto Piloto nas aldeias de Mato Grosso do Sul e que outras pessoas ou instituições que se interessarem pelo assunto possam colaborar com ações contínuas de limpeza nas aldeias.
"A prefeitura de Porto Murtinho, município vizinho, se comprometeu a buscar o lixo armazenado nas aldeias São João, Barro Preto e Tomásia para ser reciclado. Para as próximas ações já existe proposta do lixo ser negociado entre os professores indígenas, que ajudam a coordenar o trabalho, com uma empresa da cidade, onde o dinheiro arrecadado será revertido em benefício das escolas. Essa iniciativa de preservação ambiental vai contribuir sensivelmente para melhoria dos índices de saúde de quase 650 moradores destas aldeias, além de ampliar os horizontes de cidadania", lembrou Britto.
O projeto de coleta e destinação adequada do lixo prevê novas atividades nas comunidades indígenas dos municípios de Campo Grande e Rochedo, nos próximos meses
http://www.funasa.gov.br:8080/siscanot/noticias/not_2010/not.php?cod=431
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