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Funai retira índios das ruas

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Renata Brasileiro
10 de Fev de 2006

Operação que visa combater a mendicância nas ruas da capital recebe apoio de diversas instituições

Apurinã disse que instituições estão entregando sacolões às famílias

Quem passa pelas ruas movimentadas do Centro da cidade já não percebe mais aquela cena intrigante de índias junto com seus filhos sentados em calçadas, pedindo dinheiro para se manterem vivos longe de sua etnia de origem.

É que desde a semana passada a Fundação Nacional do Índio (Funai), juntamente com a Secretaria de Cidadania e Assistência Social (Secias) e outras entidades afins, está desenvolvendo uma operação que visa a retirada dos índios das ruas e o seu retorno para as aldeias.

Ao todo, 53 índios já foram abordados durante a operação e todos alegam a falta de assistência em suas tribos, motivo que os levam a evadirem para a capital.

"No ano passado fizemos uma operação semelhante a essa, mas retiramos apenas dez pessoas das ruas. Esse ano o número de índios mendigando aumentou e só aí vimos que não adiantava simplesmente devolvermos eles às tribos, pois lá eles passam muitas necessidades", disse o administrador da Funai no Acre, Antônio Apurinã.

Nesse primeiro momento, os órgãos envolvidos na operação estão entregando sacolões de alimentos às famílias de cujos membros são levados de volta. "Estamos fazendo isso enquanto não sentamos para formalizarmos alguns programas de assistência à eles", completou Apurinã.

Outra medida emergencial que vem sendo tomada é o processo de educação, que leva orientações aos índios sobre os riscos que correm ao virem para a capital mendigar nas ruas.

"Felizmente não encontramos nenhuma índia criança ou adulta se prostituindo, mas porque a operação foi feita a tempo", declarou o administrador.

Esse seria apenas um dos problemas entre os que os órgãos ligados a operação previam caso os índios continuassem nas ruas. Outra problemática seria o ingresso dos índios no mundo das drogas. É por esse motivo que Apurinã disse que os órgãos precisam continuar unidos para garantir a dignidade das populações indígenas.

"A operação só será concluída quando implantarmos os programas sociais e quando concluirmos o processo educacional. Índios devem estar em suas aldeias e não no pedindo no Centro da cidade", completou.

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