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Funai quer apoio da PF em Cruzeiro do Sul

A Tribuna-Rio Branco-AC
15 de Out de 2003

O clima entre os índios Araras e brancos no município de Porto Walter [a dois dias de barco de Cruzeiro do Sul], no Alto Juruá, ainda é tenso. Há cerca de duas semanas, uma confusão na aldeia Novo Acordo, no igarapé Val Paraíso, terra indígena dos Araras, acabou em morte. A informação partiu na semana passada da índia Raimunda Cazuza Araras, 45, residente na aldeia Raimundo do Vale, após comunicar o fato às autoridades do Cime de Cruzeiro do Sul. Preocupado com a situação na região, o administrador regional da Funai no Acre, Manoel Gomes Kaxinaua, vai pedir a intervenção da Polícia Federal no caso.

O objetivo é evitar um possível conflito armado entre os índios e brancos, bem como esclarecer os motivos da confusão que terminou com um branco morto e dois índios feridos, na aldeia Novo Acordo. Os índios Araras são em média, em todo o município de Porto Walter, trezentos. Só que na aldeia Novo Acordo, local onde aconteceu a briga, residem cerca de trinta. Há informações de que os índios comemoravam o aniversário do agente de saúde Jorge Varela, quando os brancos chegaram à área sem serem convidados e ainda levando bebidas.

Depois de ingerirem bebida alcoólica, índios e brancos se desentenderam, terminando com o índio menor, assassinando com uma faca o homem conhecido por "Quati". O menor também foi ferido, além de outros índios. Agora os brancos ameaçam se vingar, mantendo os índios acurralados, inclusive os que necessitam viajar para Cruzeiro do Sul para tratar os ferimentos. Eles estão com medo de serem atacados pelos brancos, por isso preferem permanecer na aldeia.

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