Site da Funai
16 de Mai de 2002
O presidente da Funai, Glenio da Costa Alvarez, pediu para diversos órgãos investigarem, com urgência, a invasão à Casa do Índio, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (14). A Funai quer a abertura de inquérito policial para averiguar o suposto abuso de autoridade na ação que constrangeu funcionários e amedrontou os internos com distúrbios neurológicos. Alvarez encaminhou o documento para a 6ª Câmara do Ministério Público Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília e no Rio de Janeiro, ao Procurador Geral do Ministério Público Estadual e ao Corregedor Geral da Polícia Civil do RJ.
O relato da diretora da Casa do Índio, Eunice Cariry, impressionou a presidência do órgão indigenista. Segundo o mesmo, sob o pretexto de que os índios estavam sendo mal tratados, Éster Kosovski, delegada de plantão da OAB-RJ, acompanhada por nove homens armados de pistolas e AR-15 entrou na Casa do Índio e levou o pânico aos internos portadores de doenças neurológicas. Funcionários foram revistados, interrogados e intimidados pelo grupo que sequer se identificou ao chegar ao local.
A Casa do Índio na Ilha do Governador trata, há mais de 30 anos, de índios com problemas neurológicos e mentais e foi construída com esforços da comunidade da Ilha do Governador, apoio de instituições e políticos e mutirão com a participação de doentes em melhores condições e voluntários. Os índios internados são atendidos por médicos da rede pública e têm tratamento acompanhado pelo Serviço de Neurologia e Psiquiatria do PAM-São Francisco Xavier, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.
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