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Funai nega ter cobrado dinheiro para liberar desmatamento da BR

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
16 de Jun de 2010

Após a matéria publicada com exclusividade, sobre um atoleiro na altura do km 41 da BR-174 na reserva indígena Waimiri-Atroari que impediu mais de 650 pessoas de seguirem viagem, a Folha recebeu a denúncia de que as obras de recuperação parcial e total da rodovia ainda não foram iniciadas porque a Fundação Nacional do Índio (Funai) teria cobrado dinheiro para autorizar o serviço.

Conforme a denúncia, o órgão indigenista teria cobrado R$1,5 milhão da empresa Delta para autorizar o desmatamento de mais de 15 metros, de cada lado da estrada, para facilitar o sistema de drenagem e instalação de bueiros no local. A Associação Comunidade Waimiri-Atroari (ACWA), no Amazonas, responsável pelo trecho, negou a informação.

A Delta é uma das cinco empresas que venceram a licitação para a recuperação total da rodovia até Boa Vista. A empreiteira ficou responsável pelo trecho que compreende do km zero ao km 102, ou seja, até o posto de fiscalização do Jundiá.

Segundo as informações, a Funai estaria relutante pela liberação do desmatamento das laterais da estrada e, por conta disso, teria cobrado o dinheiro, a título de indenização para os índios, para autorizar a retirada da mata.

"Na semana passada, a Delta foi multada em R$ 20 mil por ter cortado um pé de buriti sem frutos. Se continuar assim, como teremos condições de iniciar ou até mesmo de concluir as obras?", indagou um dos funcionários da empresa que pediu para não ser identificado.

ACWA - O gerente da Associação Comunidade Waimiri-Atroari (ACWA), no Amazonas, a quem compete a jurisdição do trecho da reserva, por telefone, negou que a Funai teria cobrado qualquer valor para a retirada das árvores.

"No final do mês passado, a associação se reuniu com representantes do Deit [Departamento Estadual de Infraestrutura], da Seinf [Secretaria Estadual de Infraestrutura] e da Delta, quando acordamos que a área a ser limpa de cada lado da rodovia seria de 15 metros. Na verdade, não é nem um desmatamento, mas sim uma manutenção e limpeza de pequenas árvores que cresceram nesses últimos dois anos, pois o desmatamento já ocorreu no passado", disse.

DEIT - O supervisor da unidade local do Deit em Boa Vista, Pedro Crist, relatou que a empresa precisa de aproximadamente 20 metros, só que na reunião a proposta e a liberação foi de apenas 15. "Com o final do inverno, daremos início às obras. Durante esse período, se realmente a metragem proposta não for suficiente, solicitaremos uma revisão dos cálculos e mais espaço liberado", disse.

DELTA - A assessoria de comunicação da Delta no Rio de Janeiro foi contatada, mas até o fechamento desta matéria não se posicionou sobre as informações, uma vez que o contato por telefone na região onde as obras estão ocorrendo, dentro da reserva, é difícil.

A informação é de que, para evitar um novo transtorno, como o ocorrido no final de semana, nos próximos dias a empresa estará colocando camadas de pedras nos pontos onde ocorreu o afundamento da pista, ocasionado pelas fortes chuvas e pelo constante tráfego de veículos pesados.

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=88552

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