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Funai nega, mas reservas indígenas estão invadidas

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
13 de Dez de 2002

Apesar de os dirigentes da Funai - a Fundação Nacional do Índio - apregoarem o contrário, as 42 reservas indígenas existentes em Rondônia continuam totalmente invadidas por garimpeiros, madeireiros e grileiros. Cerca de 7 mil índios (de 36 etnias contactadas e oito isoladas) não contam com políticas públicas nas áreas de saúde, educação e alternativas econômicas.
A Administração Executiva Regional (ERA) da Funai, em Rondônia, não conhece a real dimensão do problema. O que se sabe é que inúmeras denúncias têm sido feitas pelas lideranças indígenas, mas nada tem sido feito para a preservação das terras e das culturas dos aborígenes da região. O presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva deverá mudar a direção central e todos os administradores regionais do órgão para que seja restabelecida a moralidade no serviço público, a começar pela Funai - que pouco, ou quase nada, tem feito para resolver as invasões das áreas indígenas.
Para se ter idéia da gravidade do problema, é a invasão da área indígena dos Cinta-Largas, no município de Cacoal - e que foi amplamente divulgada pela mídia nacional. A Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia (Cunpir) tem denunciado deliberadamente que dois índios pagaram com a própria vida por um "negócio" não permitido embora, "tolerado e, inclusive, com a conivência de funcionários do órgão indigenista oficial".
Sobre as invasões de grileiros e madeireiros, a área mais atingida é a dos Uru-Eu-Wau-Wau, na região de São Miguel do Guaporé. De acordo com denúncias da Cunpir, dezenas de caminhões de madeireiros saem diariamente das terras indígenas, "nessa região e, embora, tenha posto do Ibama no local, os funcionários do órgão nada fazem".

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