VOLTAR

Funai identifica mais terras indígenas

Site da Funai-Brasília-DF
18 de Ago de 2004

O presidente-substituto da Funai, Roberto Lustosa, aprovou as conclusões dos Grupos de Trabalho (GT) que identificaram as terras indígenas Arroio-Korá, dos índios Guarani Kaiowá e Hhandeva, situada no município de Paranhos, em Mato Grosso do Sul e Lagoa Encantada, no município de Aquiraz, dos índios Jenipapo-Kaninde, no Ceará.

A identificação de Arroio-Korá reconheceu como de ocupação tradicional dos grupos Guarani Kaiowá e Nhandeva cerca de 7.205 hectares, às margens do Rio Iguatemi, distante 20 Km da cidade de Paranhos, na região conhecida como Vale do Iguatemi.

A região sempre foi ocupada pelos Guarani, desde meados do século XVIII. Fontes documentais e bibliográficas atestam a presença secular desses índios no local, quando de lá partiram as últimas migrações, documentadas no século XIX, pressionados por fazendeiros a deixarem a terra. Atualmente os Guarani ocupam, no Brasil, pequenas extensões de terras situadas em uma faixa de mais de 100 Km ao longo da fronteira Brasil/Paraguai.

Metas - Os Jenipapo-Kanidé tiveram reconhecidos 1.731 hectares como terras tradicionais do grupo. A área está situada na faixa litorânea leste do município de Aquiraz, região que lhes permite viver tanto da pesca na Lagoa Encantada quanto da pequena agricultura, com plantios de feijão de corda, mandioca e batata-doce. Os Resumos dos Relatórios de Identificação dessas duas terras foram publicados hoje (18) no Diário Oficial da União.

Para o presidente substituto da Funai, Roberto Lustosa, o reconhecimento dessas terras como tradicionalmente indígenas significa mais um avanço da política indigenista do Governo Lula em defesa dos direitos indígenas. "Nesse ritmo de identificação e reconhecimento de terras indígenas reivindicadas pelos índios este governo mostra que de fato poderemos ter ao seu final todas as 620 terras indígenas demarcadas e homologadas", avalia Lustosa.

Terras para os Tenharim - A Funai concluiu a identificação da Gleba "B" da Terra Indígena Tenharim Marmelos, situada nos municípios amazonenses de Humaitá e Manicoré. O Resumo do Relatório de Identificação, aprovado pelo Presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, foi publicado no dia 12 de agosto.

A identificação da área atende antiga reivindicação dos Tenharim, que buscam ocupar a área desde 1996, quando foi homologada a demarcação administrativa da Terra Indígena Marmelos, com 497.521 hectares. Os índios alegavam que territórios de ocupação tradicional do grupo não foram incorporados à terra então demarcada.

A terra identificada, com 473.961 hectares, não é área de habitação do grupo, mas de ocupação sazonal, para onde se deslocam, por longos períodos, para caçar pescar e coletar castanhas, atividades de importância fundamental para aqueles índios.

Atividades Produtivas

Os Tenharim possuem atividades econômicas diversificadas (caça, pesca coleta e agricultura) e que se baseiam no calendário ecológico da região. Mas eles são, por excelência, caçadores. O bom caçador carrega consigo o prestígio de ser um provedor de carne para a comunidade. Por isso, ele é respeitado e pode, em muitos casos, possuir mais de uma esposa. Além disso, quando da realização da festa Mboatawa, a mais importante do grupo (a segunda é a festa do milho), é o mais requisitado para participar da expedição, pois a sua presença é garantia de fartura. A caçada é, geralmente, associada à pesca e pode durar de duas semanas a um mês. Os animais e peixes mortos são moqueados ou salgados para durar até o retorno à aldeia. A população Tenharim atual é estimada em 410 indivíduos.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.