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01 de Abr de 2016
Entre os dias 15 e 17 de março, gestores da Funai, do ICMBio, representantes de organizações indigenistas, de extrativistas e de indígenas dos povos Tenharim, Jiahui, Parintintin, Apurinã e Jamamadi estiveram reunidos, no auditório da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), em Lábrea - AM, em atividades que objetivam a realização da gestão integrada de áreas protegidas no Médio Purus.
A região, que agrega um conjunto de áreas protegidas criadas com diferentes propósitos, opera como uma barreira ao desmatamento que avança na região amazônica, especialmente vindo dos estados de Rondônia e do Mato Grosso.
No primeiro dia (15), foi realizada uma reunião para articulação interinstitucional com o objetivo de dar continuidade às conversas entre as associações indígenas, extrativistas, a Funai e o ICMBio sobre a possibilidade de realizar a gestão integrada das áreas protegidas localizadas na região.
Durante a reunião, foi realizado um trabalho de mapeamento colaborativo, quando os participantes fizeram um levantamento de pontos de conflitos históricos envolvendo questões tanto externas (como as invasões, a extração ilegal de madeira, a pesca predatória, a caça, etc) como internas (como eventuais disputas por áreas de extração de recursos e sobreposição de interesses). Também foram debatidas questões fundiárias, relativas à pesca comercial e manejada, às atividades de extrativismo, às relações de vizinhança entre os ribeirinhos e as populações indígenas, além de estratégias de gestão diante das ameaças externas das frentes de expansão de extração ilegal de madeira e da agropecuária extensiva que avança pelo Sul do Amazonas, nas fronteiras com os estados de Rondônia e do Acre.
Algumas ações e medidas em curso implementadas para amenizar os conflitos detalhados foram apontadas durante a reunião e, ainda, propostas e diretrizes para o aprimoramento das relações institucionais do Médio Purus foram sistematizadas.
Nos últimos dias de atividade, foi realizada uma Oficina de Planejamento para o Curso de Gestão Integrada - Terras Indígenas e Unidades de Conservação no Sul do Amazonas, quando foi possível, diante da participação expressiva e da possibilidade de interlocução entre lideranças indígenas, extrativistas e governo, traçar uma estratégia para adequar a proposta do curso às especificidades locais das Terras Indígenas e Unidades de Conservação localizadas na região sul do Amazonas, nas calhas dos rios Madeira e Purus.
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