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Funai estimula recuperação cultural e auto-sustentação do povo Manoki

Funai-Brasília-DF
22 de Set de 2005

Depois de 105 anos em contato com as primeiras frentes de expansão, dos massacres, das sucessivas invasões e das mortes, o povo indígena Manoki (Irantxe) procura agora recuperar sua auto-estima e retomar suas atividades culturais, que passam também pela recuperação do idioma originário, esquecido em função da catequese e do processo histórico a que foram submetidos pela sociedade brasileira, que impôs severas restrições à reprodução de seu modo de vida.

Estimulados pela Funai, que participa diretamente deste processo, os Manoki investem maciçamente na revitalização de sua cultura. Com a terra garantida -- ainda que cercada por grandes plantações de soja, que contaminam os rios e limita a atividade tradicional da pesca --, os índios voltam gradualmente a confeccionar os artesanatos tradicionais. A recuperação do idioma também já é realidade: um professor bilíngüe, índio, tem conseguido êxitos tanto junto aos mais velhos quanto às crianças e aos jovens. O grande interesse da comunidade facilita o processo de aprendizagem.

Aliada às atividades tradicionais, como o plantio das roças-de-toco, há dois anos os Manoki iniciaram a criação de abelha africanizada (Europa) com a ajuda da Funai. Hoje já são 26 apicultores, com 130 caixas, que coletam cerca de 1.000 kg de mel por florada. Para que o produto alcançasse os padrões exigidos pela Associação Nacional dos Apicultores, a Funai construiu instalações adequadas para a casa do mel. Além da produção do mel de boa qualidade, o objetivo é proporcionar oportunidade para que os índios forneçam o seu produto ao mercado consumidor em condições de competitividade. Os recursos obtidos com a venda do mel são aplicados em benefício da comunidade, hoje com 334 pessoas.

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