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Funai em Bauru vira núcleo de apoio

Jornal da Cidade de Bauru
Autor: Ricardo Santana
22 de Mai de 2008

Três pessoas são mantidas reféns e sede regional será transferida para a cidade de Itanhaém, no litoral paulista

Avaí - Após mais de três décadas de atividades como sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bauru passará a ser um Núcleo de Apoio com a Administração Executiva Regional (AER) transferida para o município de Itanhaém, no Litoral Paulista. A decisão foi confirmada ontem ao JC pela assessoria de imprensa da Funai em Brasília.

A reação dos índios é manter, desde anteontem, três reféns: Arnor Gomes de Oliveira, chefe de serviço administrativo da Funai em Bauru; Edenilson Sebastião, chefe de posto indígena kopenoty; e Mário de Camilo, chefe de serviço de meio ambiente e patrimônio indígena. Um quarto refém Ranulfo de Camilo, chefe de posto indígena Icatu, foi liberado ontem após se sentir mal devido a uma gripe. Todos passaram a noite na aldeia da Reserva Indígena de Araribá, em Avaí.

Por volta das 21h, o cacique Anildo Lulu, uma das principais lideranças, manteve uma conversa com um assessor da presidência da Funai, em Brasília, porém as três pessoas serão mantidas reféns por prazo indefinido. Os índios de Araribá não querem sair de mãos vazias da transferência da AER para Itanhaém. Eles mantêm a reivindicação da permanência da sede em Bauru e ainda querem indicar o administrador do órgão regional. O escolhido seria o economista Dionísio Vargas, do Mato Grosso do Sul.

No entanto, a Funai, por intermédio de sua assessoria, mantém a decisão de transferir a AER. O diretor de assistência da Funai, Aloysio Guapindaia, manteve contato com os funcionários detidos na aldeia, que são favoráveis à continuidade da AER em Bauru. Não houve avanços em negociação sobre as reivindicações das lideranças, considerando que a Funai mantém a proposta de transferência da regional para o litoral, atendendo assim um demanda antiga da maioria dos índios vinculados à ERA”, informa a assessoria.

Sem papo

Guapindaia colocou-se à disposição para receber as lideranças indígenas na sede em Brasília, para negociar o funcionamento do Núcleo de Apoio, que permanecerá na cidade de Bauru, prestando o atendimento às demandas dos índios do oeste paulista.

Porém, as lideranças consultadas ontem pelo JC não aceitam mais negociar em Brasília, pois entendem que nada é resolvido.

A Funai informa que existem cerca de 3.500 índios que vivem na região litorânea e que pleiteiam a mudança na sede da regional. Segundo o órgão federal, a favor da manutenção da AER em Bauru estariam aproximadamente 2 mil índios que vivem no Estado de São Paulo, grande parte deles vindos de outros Estados, como os Terena, do Mato Grosso do Sul, os Krenak, de Minas Gerais, e os Kaingang, do Sul do País.

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