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Funai discute prioridades com novo governo

Jornal O Dia-Macapá-AP
22 de Fev de 2003

Com a mudança de governo, a Fundação Nacional do Índio no Estado do Amapá (Funai), já participou de audiência com o novo governador para definir prioridades tanto das associações quanto as da Funai. Segundo o Administrador Regional da Funai em Macapá, Mouzar Borges dos Santos, o primeiro contato foi realizado através das próprias Associações Indígenas, que foram ao governador expôr suas necessidades. "Estamos caminhando para sentar e conversar sobre de que forma ele pode ajudar as comunidades indígenas do Estado", comenta o administrador.
No Amapá, a Funai é descentralizada e dividida em duas Administrações Regionais, a de Macapá e a de Oiapoque. A administração de Macapá tem jurisdição sobre as áreas indígenas Uaiãpi, localizada nos municípios de Amapari e Laranjal do Jarí, e ainda sobre o Norte do Estado do Pará, mas precisamente o Parque do Tumucumaque e a terra indígena Rio Parú do Leste, que envolve os municípios paraenses de Almerim, Monte Alegre, Óbitos e Oriximiná.
Atualmente as áreas de atuação da Funai se restringem ao apoio na área social, vigilância e fiscalização do território indígena e o desenvolvimento sustentável destas comunidades. "A área de fiscalização é responsabilidade da Funai e é muito complexa, para tanto, contamos com o apoio da própria comunidade, através das Associações Indígenas e também de um Programa dentro da Funai voltado especificamente para esse trabalho", comenta Mouzar. Desde o ano de 1999 a Saúde Indígena passou a responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde. "Hoje, neste campo a Funai apenas supervisiona os trabalhos oferecidos", afirma o administrador. A área de Educação é obrigação do Governo Estadual, cabendo a Funai apenas a fiscalização do trabalho que esta sendo desenvolvido. De acordo com Mouzar dos Santos, o trabalho de educação realizado ano passado não foi satisfatório, "pois a equipe de professores não permaneceu na área o tempo suficiente para cumprir o calendário", ressaltando que eram professores do estado.
Mouzar diz que quando os professores se deslocavam da área indígena não havia substituição, o que acabou deixando lacunas, que foram sentidas tanto pelo órgão indigenista federal, quanto pelas próprias comunidades. "Ano passado não conseguimos minimizar este problema, e esperamos que com o novo governo, através de propostas salutares, possamos resolver esta situação. Os índios estão esperando ansiosamente que haja a complementação de seus estudos", argumenta.
Na área de Saúde, a situação é bem melhor devido o acompanhamento das Associações, convênios firmados e da Justiça Sanitária Especial Indígena. "Há algumas reclamações por falta de medicamento em algumas áreas. Mas as equipes permanecem sempre dentro das comunidades", comenta afirmando que há um entendimento desta situação, devido aos cortes realizados pelo governo anterior. "Mas a gente ta caminhando, não digo como o desejado, mas estamos vendo bons resultados", finaliza o administrador Mouzar dos Santos.

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