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Funai confirma degradação do rio Suiá-Miçú

O Estado de Mato Grosso (Cuiabá - MT)
07 de Set de 1995

Funai confirma degradação do rio Suiá-Miçú

A Fundação Nacional do Índio (Funai) levou três anos, para formalizar uma denúncia de drenagem irregular do rio Suia-Miçu, tio Parque Indígena do Xingu A constatação pode ser feita com base em relatório divulgado no mês passado pelo Instituto Sócio-ambiental (ISA) e que motivou a ida de uma comissão de técnicos e ambientalistas à região. A comissão reuniu ontem a imprensa para confirmar a exploração irregular e o fechamento de uma draga, mas os próprios técnicos não entendera os motivos que levaram a Funai e demorar três anos para comunicar a exploração aos órgãos de fiscalização.
"Isto tem que ser visto com eles Só tomamos conhecimento do problema no mês passado", garantiu o engenheiro agrônomo da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Ferra), Walter Coelho, um dos líderes do grupo que visitou "in loco" a região. O administrador regional da Funai, Denivaldo Roberto da Rocha, disse que somente o "pessoal da DR" (Delegacia Regional) do Xingu pode responder o questionamento. "A administração lá é outra argumentou. O "Estado" tentou entrar em contato com o administrador do Parque Indígena do Xingu, Ianoculá Rodarte, mas não conseguiu localizá-lo.

A polêmica envolvendo a comunidade indígena Suyá começou em 1990, quando as águas do rio Suiá-Miçu começaram a ficar barrentas e a apresentar manchas de óleo Em 1992, segundo a ISA, cinco Suyá, acompanhados do chefe do Posto Indígena Diauarum, da Funai, "subiram" o rio e encontraram urna draga na fazenda "Roncador" escavando o leito do rio Daro.

A denúncia formal da drenagem a um órgão de fiscalização do Estado só feita no mês passado depois que a ISA concluiu um relatório sobre a poluição do rio Suiá-Miçu a pedido do próprio administrador do Parque Indígena do Xingu. Ainda que tardia, a presença dos fiscais na área possibilitou o fechamento da draga e a aplicação de uma multa ao proprietário da fazenda, Pelerson Soares Penido, que pode checar a mil UPFs (cerca de R$ 9.500,00).

A dragagem do rio Suiá-Miçu provocou danos imensos ao meio ambiente e - em especial a comunidade indígena Suyá, residente às margens do rio, que vem tendo que percorrer duas horas de canoa pata buscar água limpa para beber.

O Estado de Mato Grosso, 07/09/1995

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