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Funai afirma que programa deve dialogar com entidades indígenas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
04 de Jul de 2001

Um dos representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) que veio a Boa Vista para participar do seminário, o chefe do Departamento de Patrimônio Indígena e de Meio Ambiente, Wagner Sena, disse que o órgão indigenista analisa o Calha Norte como positivo "desde que ele não cause uma desarticulação cultural das sociedades indígenas".
Na sua avaliação, é necessário que o programa trabalhe em conjunto não só com a Funai, mas com as organizações indigenistas, para que a visão indígena seja também analisada dentro de todo o processo de ações do programa.
"A questão indigenista precisa ser rediscutida e implementada e a preocupação deve ser cada vez maior para que não haja prejuízos para as comunidades indígenas", afirmou.
Disse ainda que o evento promovido pelo Calha Norte é uma oportunidade para o órgão conhecer e esclarecer a extensão de atendimento do programa, aumentando a responsabilidade da Funai, porque grande parte da área de atuação do Calha Norte está dentro de terras indígenas.
"Só em Roraima temos 33 terras indígenas. Isso equivaleria basicamente a uma extensão de 90 mil quilômetros quadrados no Estado. Portanto, é preciso haver uma aproximação entre a gerência do programa e a Funai, para saber quais são as metas e depois discutir com o componente indígena, que é parte importante desse processo", comentou.
Mesmo com a iniciativa da Funai nesse sentido, Sena não discorda de que exista uma certa resistência para que aconteça essa aproximação. Mas pondera afirmando que é necessário, no momento, analisar o que levou a essa relutância.
"Talvez tenha sido uma má condução de planejamento e de discussão prévia com a comunidade indígena e com os órgãos diretamente envolvidos. É por esta razão que estamos aqui para abrir espaço para discussão dos procedimentos e metas do programa Calha Norte", complementou.

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