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Funai administra o conflito entre índios Xavante e posseiros, no Mato Grosso

Rádiobrás-Brasília-DF
Autor: Eduardo Mamcasz
03 de Dez de 2003

O coordenador da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para a área Xavante, Edson Beiriz, disse há pouco, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, que "até o momento, os índios estão atendendo aos pedidos e de forma alguma vão entrar em choque direto com os posseiros". Ele se referia à situação na BR-158, perto de Alto Boa Vista, Mato Grosso, a mil quilômetros de Cuiabá, que ficou mais tensa depois que o cacique Boaventura afirmou, em Brasília, que se Judiciário não resolver o problema até sexta-feira, "o conflito armado será iniciado".

"A Funai está trabalhando com responsabilidade e esclarecendo aos índios que não é por aí o caminho", declarou Edson Beiriz, lembrando, no entanto, que não se pode "deixar de ignorar os direitos das famílias dos brancos que estão lá dentro". Ele se referia a quase três mil famílias de posseiros que há 12 anos ocupam parte da Reserva Indígena dos Xavantes, que inclusive está demarcada oficialmente. A solução, para o coordenador da Funai, está sendo procurada junto com o Incra e precisa passar pela Justiça. Só assim haverá o que ele classificou de "acalmada geral".

Há 15 dias que 600 índios e 400 posseiros, armados, estão concentrados de cada lado de uma ponte da BR-158, perto da Fazenda Guanabara, BR-158, Alto da Boa Vista, Mato Grosso. Os índios chegaram em dois caminhões para ocupar novamente a terra e os posseiros colocaram fogo na ponte, para impedir a passagem. O fato foi divulgado em primeira mão no Programa Revista Amazônia, na Radio Nacional da Amazônia, que alertou as autoridades federais e tem feito a ponte índios-posseiros com o fornecimento das informações a respeito do desenrolar dos acontecimentos.

"Não é justo - disse hoje o coordenador da Funai - privar o direito sociais dos clientes da reforma agrária (no caso, os posseiros), que não têm para onde ir. São pessoas que ficarão sem um lugar onde morar, mas também precisamos reconhecer os diireitos dos indígenas, inclusive porque a terra deles está demarcada há muito tempo".

Beiriz afirmou que, para os índios, a Funai continua lembrando que "existe lei no Brasil,estamos trabalhando com responsabilidade, será descoberta uma solução que beneficie os dois lados e haverá, com certeza, um desfecho favorável, sem o derramamento de sangue
que estão prevendo".

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