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FRATERNIDADE

Gazeta do Povo-Curitiba-PR
Autor: CAIO CASTRO LIMA
15 de Fev de 2002

Tema da campanha deste ano é voltado para os povos indígenas

Igreja quer acabar com preconceitos Índios podem ensinar sobre a vida em comunidade, diz dom Pedro

A Arquidiocese de Curitiba lançou oficialmente ontem a Campanha da Fraternidade 2002. O tema deste ano é voltado para os povos INDÍGENAS e o objetivo da campanha é mudar a mentalidade dos cidadãos e acabar com o preconceito existente contra os índios. De acordo com o arcebispo dom Pedro Fedalto, os índios têm muito a ensinar, principalmente sobre a vida em comunidade. "Precisamos parar de pensar que são preguiçosos, que não querem nada e nem servem para nada", disse.

A forma como os índios foram catequizados no Brasil também será um assunto discutido pela Igreja Católica na campanha deste ano. Segundo o bispo-auxiliar de Curitiba, dom Ladislau Biernaski, a igreja admite que houve erros no passado e não quer repetí-los. "Os índios foram forçados a se tornar cristãos", disse.

Dom Ladislau conta que o tema da campanha deste ano era para ter sido em 2000, quando o Brasil completou 500 anos. "Mas o papa João Paulo II pediu que naquele ano o tema fosse mais global. Por isso, foi escolhida a exclusão social." Na tentativa de conquistar os índios, um dos primeiros passos da Igreja Católica no Paraná será a construção de uma escola na Reserva Karuguá, em Piraquara, onde vivem 70 famílias. "Esse foi um pedido deles e o colégio será de madeira. Formam uma tribo nômade e querem levar a escola para outros locais", contou.

Segundo um censo divulgado pelo Ministério da Educação em dezembro de 2001, no Brasil há 93 mil alunos matriculados na educação indígena, 81% estão no Ensino Fundamental. No Paraná, existem 2.300 alunos indígenas, 83,5% cursando da 1.ª à 4.ª série. De 5.ª à 8.ª série estão inscritos 315 estudantes, outros 65 no Ensino Médio e apenas 10 nas universidades estaduais. No estado, há 25 escolas indígenas

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