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Fórum Desmatamento Zero apresenta ferramentas de inovação

Agência Pará - http://www.agenciapara.com.br/noticia
23 de Set de 2015

Fórum Desmatamento Zero apresenta ferramentas de inovação
Os debates do segundo dia do Fórum reuniram especialistas, representantes de universidades, do setor privado, organizações do terceiro setor e governos

Da Redação
Agência Pará de Notícias

O segundo e último dia do Fórum Folha Desmatamento Zero, promovido pelo jornal "Folha de São Paulo" em parceria com a Climate and Land Use Alliance (CLUA), em São Paulo, reuniu especialistas da área ambiental, representantes de universidades, do setor privado, de organizações do terceiro setor e de governos - entre eles o do Pará, representado nos debates pelo secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Thales Belo, e pelo presidente do Instituto de Desenvolvimento e Biodiversidade do Pará (Ideflor-bio), Thiago Valente - para discutir propostas e estratégias para eliminar o desmatamento no Brasil e a emissão de gases de efeito estufa.
A palestra de abertura ficou por conta de Almir Narayamoga Suruí, coordenador geral da Associação Metareila do Povo Indígena Suruí. Em seu discurso, ele alertou o público a respeito do uso sustentável da floresta. Segundo o líder indígena, o bioma amazônico é importante para toda a humanidade, por isso há uma necessidade urgente de alinhar o diálogo a práticas socioeconômicas responsáveis. "Temos que começar a pensar numa gestão para a floresta em pé, que priorize essas duas condicionantes básicas: reflorestar e proteger. É preciso planejar com responsabilidade o uso da terra", alertou Suruí.
A coordenadora do Programa de Política e Direito Sustentável do Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos, também foi uma das palestrantes do seminário. A especialista defendeu que para atrelar o desenvolvimento da Amazônia ao progresso social é necessário criar um novo paradigma na região, que priorize a preservação florestal e a qualidade de vida dos povos indígenas. "A gente tem que começar a pensar em um novo modelo de gestão, em um modelo de desenvolvimento próprio para a Amazônia, que mantenha a floresta preservada. Temos que valorizar a floresta para que ela tenha valor em pé", ressaltou.
No tocante à regularização fundiária e ambiental, Thiago Valente, presidente do Ideflor-bio, afirmou que o principal desafio está em fazer do desmatamento um mau negócio. "Hoje a sociedade não aceita moralmente o desmatador, foi criada uma consciência social e por isso é interessante agir de forma que o desmatamento seja um modelo de negócio desinteressante", afirma Valente. Além disso, o presidente do Instituto lembrou também que uma das metas do Governo do Pará para contribuir com o desmatamento zero é a modernização da regularização fundiária, com um sistema mais eficaz, que trará mais celeridade aos processos. Participaram do mesmo painel a presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Maria Lúcia Falcón, e o diretor sócio da Geoplus Consultoria em Meio Ambiente, Valmir Ortega.
Já no painel "Como o manejo sustentável vai contribuir para o Desmatamento Zero", Thales Belo, da Semas, apresentou as ferramentas de inovação e transparência implantadas pelo Governo do Pará na atual gestão. O secretário adjunto afirmou que o manejo sustentável pode contribuir com a redução do desmatamento. "Para que o plano de manejo contribua com o desmatamento zero é necessário agrega-lo à ferramenta de gestão interna dos órgãos competentes."
Ele destacou os instrumentos de controle, uso, comércio e transporte do produto florestal que funciona como um painel online onde é possível verificar, por exemplo, a espécie de madeira que está sendo transportada e a volumetria do produto florestal por empreendimento. Thales mostrou também um mapa público disponibilizado no site da Semas onde é possível visualizar todos os imóveis com Cadastro Ambiental Rural (CAR), os planos de manejo georreferenciados - que dão maior transparência às ações do governo -, a Lista de Desmatamento Ilegal (LDI) e o Portal de Regularização do Prodes.
Foi apresentado também o comitê de Monitoramento Estratégico para Fiscalização, que consiste em um departamento específico dentro da Secretaria de Meio Ambiente do Pará que tem como objetivo promover o planejamento, a coordenação do monitoramento e o apoio técnico à fiscalização ambiental no Estado. Thales lembrou que nas duas operações que foram realizadas este ano, foram presos 28 integrantes de grandes organizações criminosas que atuam na Amazônia.
Pecuária - Apontada como uma das principais causadoras de desmatamento no Brasil, a pecuária é a atividade econômica que mais utiliza solo no país, com mais de 170 milhões de hectares ocupados. Atualmente o setor produtivo está organizando as cadeias de produção para fiscalizar e rastrear a origem da carne e combater o trabalho escravo que ainda existe em algumas regiões.
O diretor geral de sustentabilidade da JBS Brasil, Márcio Nappo, explicou que o investimento em sistemas de monitoramento via satélite para prevenir a compra de gado de fazendas que ainda realizam desmatamento é vital para o modelo de negócio da empresa. Para o representante do Greenpeace, Nilo Dávila, a evolução da pecuária no país é indiscutível, mas alertou: "O desafio agora é trazer os demais frigoríficos e a cadeia de varejo", se referindo às empresas que ainda não tem um plano de fiscalização eficaz.

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