A Crítica (Manaus - AM)
19 de Abr de 1980
Sexto texto de uma série difundida na Semana do Índio debatendo os preconceitos do branco com o indígena e as políticas indígenas. Se valendo da tese do indigenista autônomo, membro do FAM, Paulo Lucena, o objetivo desse sexto texto é o de "apresentar uma alternativa humana e politicamente viável para o índio". A tese de Paulo Lucena, no geral, propõe uma visão do indígena que não reforce as dicotomias tais como homem-ambiente/índio-floresta etc. Deve-se olhar os indígenas como uma "síntese geoantropológica da própria contextura florestal da Amazônia". Buscar evitar comparações entre os indígenas Amazônicos e os povos antigos (babilônicos, hebreus, romano ou grego), como fariam alguns antropólogos acadêmicos. Para ele, esses povos antigos já teriam desde o passado se desvencilhado da natureza, já tendo concretizado a dicotomia homem-ambiente. Ressalta que os indígenas amazônicos permaneceriam na "inferência perceptual", criticando a tentativa de impor respostas etnocêntricas e unilaterais que defenderiam a "soberania estatal", reforçando o etnocídio e genocídio que acontece contra esses povos desde sempre. Por fim, avalia que a problemática que envolve os povos indígenas só será resolvida quando levarmos em conta que se trata de uma questão política, diplomática e geoantropológica, propondo a criação de plano nacional de integração multitribal, que levaria em conta a pluralidade étnica e o respeito à autonomia política e soberania territorial desses povos - unificados sob uma única bandeira nacional e conceitos constitucionais.
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