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Força-tarefa para caçar madeireiros

Jornal do Brasil -Rio de Janeiro-RJ
04 de Mar de 2005

Com 50 mandados de prisão, operação no Pará mobiliza oito ministérios, 2 mil homens do Exército e polícias Federal, Civil e Militar

ALTAMIRA, PA - Com a ajuda do Exército, as polícias Federal, Civil e Militar abriram a temporada de caça aos madeireiros ilegais na Amazônia. A Operação Pacificação planeja cumprir ao menos 50 mandados de prisão nas regiões Sul, Sudoeste e Oeste do Pará. Até o início da noite de ontem, três homens haviam sido presos - um por transporte ilegal de madeira e dois por latrocínio. A expectativa é de que a operação dure cerca de quatro meses.

- O objetivo é cumprir mandados de prisão expedidos pelas Justiças estadual e federal, além de apreender armas, coibir o tráfico de drogas e a grilagem de terras - afirmou o superintendente da PF no Pará, José Ferreira Salles.

A operação foi desencadeada, com o apoio de tropas do Exército, em 13 cidades do Pará. As ações estão divididas em quatro municípios: Altamira, Marabá, Itaituba e Novo Progresso.

As ações vinham sendo programadas há dois anos, segundo o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, mas foram aceleradas após o assassinato da missionária americana Dorothy Stang, de 73 anos, morta com seis tiros no dia 12 do mês passado, em Anapu, no oeste do Pará.

O trabalho é coordenado pelo Gabinete em conjunto com os ministérios da Justiça, Planejamento, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Integração Nacional, Defesa e Trabalho, além de Incra, Ibama, Secretaria de Comunicação do governo federal e governo do Pará.

Como parte da ação, agentes do Ibama interceptaram ontem oito balsas carregadas de madeira na região do município de Porto de Moz, segundo a direção do órgão, em Altamira.

Agentes da PF, do Ibama e do Incra viajam hoje para a reserva extrativista Verde Para Sempre, em Porto de Moz, para uma ação de desarmamento e de combate à grilagem de terras e à extração ilegal de madeira.

Na quarta-feira, policias apreenderam a espingarda de um trabalhador de um lote grilado em Anapu, na Gleba Bacajá - mesma área onde ocorreu o assassinato da missionária.

A PF faz barreiras em estradas e buscas em vicinais. A operação também utilizará equipamentos de comunicação do Sistema de Vigilância da Amazônia. Sete helicópteros do Exército e dois da PF auxiliam no transporte de tropas, policiais e agentes.

Além de 2.140 homens do Exército, a operação conta com 60 agentes da PF, 30 da Polícia Rodoviária Federal e 150 das polícias Militar e Civil do Pará.

Informações coletadas pelo sistema de disque-denúncia do Exército, instalado há duas semanas no Pará, também servem como base para as ações. Até hoje haviam sido feitas 144 denúncias anônimas por telefone, segundo a assessoria de imprensa do Exército.

- As chuvas que atingiram a região prejudicaram o acesso a algumas localizações por causa da condição de algumas estradas - afirmou Salles.

Como parte de uma estratégia para caracterizar a importância da operação, o governo federal quer manter ministros despachando permanentemente em regiões do Pará nos próximos meses.

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