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Fome Zero beneficiará 11 mil famílias indígenas no Estado

Correio do Estado-Campo Grande-MS
11 de Abr de 2003

Onze mil famílias indígenas serão as primeiras a serem beneficiadas no Estado pelo Programa Fome Zero, do Governo federal. São R$ 5 milhões, que deverão ser executados em um ano, para as áreas de agricultura para autoconsumo, manejo de solo, criação de pequenos animais, incentivo ao artesanato, entre outras ações voltadas para o desenvolvimento auto-sustentável. Os índios foram escolhidos por causa do índice de mortalidade infantil nas tribos de Mato Grosso do Sul, de 62,7, que é o dobro do Brasil, que é 31,8.
Na próxima segunda-feira, o Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome (Mesa) assina um convênio com o Governo de Mato Grosso do Sul para financiar ações de caráter estruturante dos componentes do Programa Fome Zero.
As ações a serem desenvolvidas são complementares à distribuição de alimentos que já é realizada pelo Governo do Estado, doando mensalmente 2.100 cestas, atendendo 9,2 mil índios. O evento de assinatura do convênio vai ser realizado às 14h, no Teatro Municipal de Dourados, com a presença do ministro Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, governador José Orcírio Miranda dos Santos e do prefeito da cidade, Laerte Tetila (PT). Desde o início de fevereiro, o Mesa coordena grupo de trabalho interministerial para elaborar proposta de atendimento às comunidades indígenas em situação de insegurança alimentar. Esse grupo de trabalho envolve órgãos do Governo com atuação na política voltada às comunidades indígenas, representantes das próprias comunidades e de entidades da sociedade civil.
A escolha de Mato Grosso do Sul para iniciar o programa de atendimento a essas comunidades se deu com base em estudos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) realizados em 2002 e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais se concentram no Estado os maiores índices de mortalidade infantil e de desnutrição entre comunidades indígenas.
Pelos dados, as etnias kaiowá e guarani são as que mais sofrem com falta de infra-estrutura, mortalidade infantil, insegurança alimentar aguda e altos índices de suicídio. Dados da Funasa mostram que o coeficiente de mortalidade infantil nas tribos de Mato Grosso do Sul é de 62,7, o dobro do Brasil, que segundo dados do IBGE de 2001 é de 31,8.
O Mesa também está realizando estudos, em parceria com a Fundação Palmares, para o atendimento das famílias quilombolas.

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