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Fome atinge reserva no médio-Norte e índios Paresi pedem socorro

24 Horas News-Cuiabá-MT
06 de Out de 2003

A área foi demarcada em meados de 1917, para a construção da linha de telégrafo, já naquela época, os índios paresí ali residiam e permaneceram, inclusive dentre os moradores, existia um que prestava serviços à ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O tempo passou, e hoje, a necessidade bate à porta desta comunidade que conta com aproximadamente 40 índios.

Oficialmente a Fundação Nacional do Índio, reconhece 3,64 mil hectares da área destinados ao usufruto daquela comunidade, mas, existem títulos sobrepostos de vários pretendentes da mesma. Ali estão erguidos dois armazéns graneleiros de grande porte, um posto de combustíveis e ainda a sede de uma proprieDade rural, fatos que fizeram com que a terra esteja sub-judice.

Segundo informações do técnico indigenista da Administração Regional da Funai em Tangará da Serra, Martins Toledo de Melo a questão já esteve na mídia nacional em 1992, onde no local existiu conflito entre índios paresí e pretensos proprietários, que implantaram o plantio de soja e cujas lavouras chegavam aos umbrais das portas das moradias indígenas.

Ainda segundo Martins, o impasse até hoje não foi resolvido, apesar de já ter sido publicada uma Portaria de demarcação pela Funai, a qual foi contestada através do Decreto 1775/96, que dá o direito contestatório a quem se sinta prejudicado pela demarcação de área indígena.

Já de acordo com o administrador Regional da Funai, Daniel Cabixi, dois grupos de trabalhos interministeriais já foram formados para efetuar levantamentos e trâmites burocrático-administrativos para a demarcação.

Daniel relata que hoje os índios daquela região não têm "profissão" pois, trabalhavam como movimentadores de mercadoria (saqueiros), atividade que não mais existe, e por isso encontram-se sem fonte de renda e a preocupação da FUNAI, é no sentido de que eles já começam a sentir os efeitos da fome.

Daniel e Martins relataram que há uma proposta da Funai de Tangará da Serra em estar efetivando ainda este ano, o plantio de dois hectares de arroz e mandioca e a ainda existe a probabilidade após estudos técnicos da construção de um aviário que além de fornecer a carne branca, também se reverteria em fonte de renda para aqueles silvícolas. Enquanto isso, outras situações paliativas serão estudadas pelo órgão no sentido de fazer gestões junto à Ação Social de Nova Marilândia e Diamantino para conseguir cestas básicas que seriam repassadas à comunidade indígena que se literalmente se encontram passando fome.

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