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Fogo na região serrana do Rio atinge ecossistema raro

OESP, Metrópole, p. A23
19 de Out de 2014

Fogo na região serrana do Rio atinge ecossistema raro
Incêndio chegou aos campos de altitude, área de rápida propagação das chamas; na zona urbana, casas estão sob ameaça

Thaise Constancio

Os incêndios no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, na região serrana do Rio, agravaram-se ontem. O fogo chegou aos campos de altitude, um dos ecossistemas mais raros da Mata Atlântica, a mais de 2 mil metros de altitude. Anteontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já havia mostrado preocupação caso o fogo se espalhasse.
"Se (o fogo) chegar à parte mais alta do parque (onde ficam) os campos de altitude, vai varrer tudo por causa do vento", disse. Há indícios, de acordo com a ministra, de que o incêndio é criminoso.
Ontem, a frente de fogo, até então restrita ao Morro do Mamute, perto de Itaipava, distrito de Petrópolis, chegou ao Morro da Luva, já na Travessia Petrópolis- Teresópolis, na parte alta do parque. "A região é sensível, o fogo avança rápido, mas já estamos deslocando os brigadistas de helicóptero para impedir que o fogo chegue à escarpa (penhasco ou encosta íngreme)", explicou o coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Berlinck, que sobrevoou a área.
Outra dificuldade enfrentada pelos brigadistas é um fenômeno natural conhecido como "fogo de turfa", em que as chamas correm por baixo do chão, queimando as raízes das árvores. Na superfície, apenas a fumaça aparece, o que dificulta a extinção completa do fogo.
Um helicóptero da Polícia Civil começou a ajudar no deslocamento de 40 brigadistas do ICMBio e do IBAMA. Eles deixarão o acampamento no Morro do Mamute e seguirão para a nova frente de avanço das chamas. Um helicóptero do IBAMA também ajudará nos lançamentos aéreos de água. Equipes do IBAMA e da PM fiscalizam o entorno do parque para tentar identificar possíveis incendiários.
Enquanto isso, 600 homens dos bombeiros atuam no combate às chamas na zona urbana, que já se aproximam das casas. Elas continuam ocupadas.

OESP, 19/10/2014, Metrópole, p. A23

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