JB
18 de Out de 2002
O fogo que atinge desde o último dia 8 o Parque Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, já pode ter consumido, segundo avaliação dos técnicos que trabalham na região, cerca de 35 mil hectares de mata, quase metade da área preservada, que é de 71,5 mil hectares. Entre os pontos afetados, estão as nascentes de vários rios importantes, como o São Francisco, o maior rio totalmente brasileiro, e o Araguari. Grande parte da mata que margeia as nascentes foi queimada, o que contribui para piorar a situação desses rios, que já estão com níveis baixos de água devido à falta de chuvas.
Cerca de 30 integrantes da brigada de incêndio trabalhavam no combate ao fogo, que, segundo a direção do parque, estava sob controle. Os técnicos afirmam que os incêndios tiveram origem criminosa: teriam sido provocados por pessoas que moram perto ou por visitantes do parque.
O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, sobrevoou ontem as áreas atingidas e classificou a situação como grave. Ontem, oito brigadistas do Parque Nacional da Serra do Cipó, também em Minas Gerais, foram deslocados para ajudar a debelar as chamas. A ação do fogo nas matas mineiras -- que já tiveram cerca de 2 mil focos de incêndio só neste mês, de acordo com o Corpo de Bombeiros -, vem sendo reforçada pela temperatura alta e a baixa umidade relativa do ar no Estado.
(-Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ-18/10/02)
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